POLÍTICA PARA TOTÓS:  Era uma vez a abstenção…

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Num país que tinha um governo a que chamaram geringonça. Deixou de ter. Agora tem mais mulheres e menos endogamia. Quando nos quiseram vender a ideia que as relações familiares entre membros do governo era o seu pior defeito, estavam a esconder-nos a principal verdade: é que só a falta de vergonha deles e de respeito pelos portugueses lhes permitia tamanha desfaçatez. Para se atreverem a nomear parentes próximos, imagine-se só o número de primos e primas, amigos e amigas, amigos(as) e amantes, amantes dos amigos,  amigos dos amigos e das amigas, e por aí fora, que já estavam a ocupar os lugares de nomeação. Da administração pública e não só.

Não se reduza, no entanto, o clientelismo e o tráfico de influências aos órgãos do poder central. Desde a junta de freguesia até ao governo, desde as empresas públicas às Parcerias Público-Privadas (vulgo PPP`s) ou até a cunha partidária no sector privado, tudo tem servido para colocar o país nas mãos de uma lógica de dependências e interesses clientelares, principalmente partidários, que bloqueiam o sistema e afastam dele os mais capazes.

Enfim, um regime desacreditado e cada vez mais incapaz por culpa dos seus protagonistas. Um país refém dos “novos senhores” que só utilizam a democracia para se apropriarem dela e, por via dela, tomarem conta do enorme aparelho que é o estado.

Aliás, a par da corrupção, o clientelismo partidário e o tráfico de influências são os maiores mirradores do devido interesse dos cidadãos pela actividade política e, consequentemente, responsáveis pelos níveis de abstenção que aumentam a cada eleição que passa.

E não nos venham dizer que a culpa é de quem fica em casa. A abstenção resulta, sobretudo, das razões que os atores políticos nos dão para não acreditarmos neles.

Que se mudem os protagonistas. Que se rompa, definitivamente, com as práticas políticas que nos trouxeram ao triste estado a que chegou o nosso Estado!

Há uma nova geração virtuosa, plena de conhecimentos, ambiciosa e capaz de dar um novo rumo ao regime democrático de que todos dizemos gostar tanto. Sem isso não se esperem boas notícias quanto ao seu estado de saúde. Ao seu, ao do Estado e ao estado da democracia.

 

FEL: Dois anos de PS no poder em Paredes

A conferência de imprensa dada pelos cinco vereadores eleitos pelo PS/Paredes teria servido para coisa nenhuma se nela se quisesse mostrar a acção do executivo durantes os primeiros dois anos. É que, de novo, há pouco a registar. De melhor, quase nada para o que se previa.

MEL: Dois anos de PS no poder em Paredes

Se não nos ficarmos pelo balanço dos dois primeiros anos, nós, que habitamos na sede do concelho, até nos daremos por contentes se as promessas agora feitas vierem a ser concretizadas. Faríamos diferente, mas, mesmo com a água ao preço do vinho, se duma vez por todas passarem das promessas às obras, já será bom. E só pensamos assim porque, a concretizarem-se as obras prometidas, a sede do concelho respiraria pior, mas viveria melhor. Quanto às outras freguesias, obrigaram-nos a pensar como os outros: cada um trata de si.