POLÍTICA PARA TOTÓS: Água ao preço do vinho

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Numa altura em que se aproxima o dia de “ir à adega e provar o vinho” andam os municípios da região às voltas com a água.  Nos Orçamentos para o próximo ano, as receitas da venda de água reverterão para os municípios e, para os munícipes, dos concelhos que exploram diretamente a distribuição de água. Por outro lado, os concelhos onde esse bem público foi concessionado olham com os dentes como ossos para os lucros que as empresas concessionárias distribuem entre si e para si.

Num país onde os salários são baixos em comparação com os seus congéneres europeus, a água, bem coletivo e finito, não devia, como acontece, pesar tantos nos orçamentos familiares. A região apresenta, em média e ao mesmo tempo, os preços da água mais elevados do país.

Ainda hoje me questiono e não encontro resposta para a decisão política que levou alguns municípios a concessionarem a água. Questiono-me por muitas razões, mas sobretudo porque sendo um dos poucos serviços que as autarquias podem gerir com lucro, e até fazer discriminação positiva em função dos rendimentos dos agregados familiares, se encontram neste espartilho, nesta impotência por ter colocado nas mãos dos especuladores privados este bem coletivo. Em muitos casos, veja-se Paredes, na subserviência absoluta da concessionária em função de incumprimentos e negligência dos responsáveis autárquicos.

Se vale a pena “regatear” os termos dos contratos? Claro que sim. O tempo e os tribunais se encarregarão de dirimir as divergências e, no mínimo, a médio e longo prazo, os consumidores sairão a ganhar.

Às dúvidas das perguntas anteriores sucede uma certeza. Está nas mãos de cada autarquia implementar a Tarifa Social. Os seus custos não interferem com as concessionárias e ficam por míseros milhares de euros. Em alguns casos gasta-se mais e mal em foguetes.

E, nesta região, chove que se farta. Imagine-se onde escasseia a água.

Enquanto chove e não chove, enquanto não sabemos se as autarquias se lembram dos mais carenciados, aproveitemos o S. Martinho. Assim como assim, a água está quase ao preço do vinho!

 

MEL

Ampliação do tribunal de Paredes

Foi anunciada e vai custar, dizem, cerca de 600.000 euros, para instalar a Instância Central Cível. Depois de terem sido retiradas todas as outras valências, mau seria que o edifício ficasse sem utilidade correspondente à sua dimensão.

Boas notícias, portanto!

Fica-nos a pulga atrás da orelha enquanto não lermos os termos do contrato.

Quem paga? O governo ou a autarquia? Em Penafiel, as obras no quartel militar para ampliação do tribunal foram custeadas pelo governo. Esperemos que, em Paredes, não sejam usados o IMI e os outros impostos locais pagos pelos habitantes do concelho. Seria injusto e discriminatório, mais uma vez.

 

FEL

Foguetes e outras estridências

Queixam-se os amigos que nos visitam que não há fim de semana sem foguetório na região. Acrescento eu que ao barulho dos foguetes, alguns lançados em período proibido, ainda se podem juntar as estridências das tendências musicais que, com uma cervejola a mais ou até uma “broca”, vão entretendo os mais jovens.

Se de todos os excessos nos afligem mais estes últimos, não deixa de nos incomodar que as “raves” em formato de miniatura façam tremer os vidros das zonas habitacionais onde, errada e ilegalmente, se fazem.

Durmo bem para qualquer dos lados, mas gosto que cada coisa se faça no seu lugar!