A Capela de São Roque, na freguesia de Penafiel, tem sido sistematicamente vandalizada nos últimos anos. Quem o afirma é a zeladora da capela, Maria Adélia Silva, que referiu que um grupo de voluntários vai fazer um peditório para recuperar e requalificar o edifício que se encontra bastante degradado.

Ao Verdadeiro Olhar, Maria Adélia Silva esclareceu que os actos de vandalismo se têm intensificado desde Maio do ano passado, existindo vários danos exteriores e interiores que os comprovam.

A zeladora da Capela de São Roque aponta como danos principais os feitos no telhado, o furto da caixa de esmolas, danos no revestimento exterior da capela, nomeadamente nos azulejos, junto à caixa de esmolas, assim como os danos provocados na sacristia e junto ao altar.

Falando dos actos de vandalismo, Maria Adélia Silva recordou que a fechadura que dá acesso à capela já foi várias vezes danificada.

“É a terceira fechadura que levam. Aqui há dois meses, no dia 4 de Maio verificamos que a fechadura estava cheia de silicone. Quem é o ladrão que vem pôr silicone aqui na fechadura da porta. Mais prático seria ele entrar e deixar a porta aberta, mas nada sabemos. Nunca se consegue apanhar ninguém”, disse, salientando  que já tentaram perfurar o exterior da capela, na zona da caixa das esmolas, mas como não conseguiram  fazê-lo optaram por entrar e furtar a caixa por dentro.

“A caixa tem sido constantemente arrombada. O contraforte que temos na caixa também foi arrancado”, frisou.

Com os danos causados no telhado, Maria Adélia Silva afiançou, também, que a chuva passou a entrar e a danificar o interior da capela, nomeadamente tudo o que sejam roupas dos santos, o pálio, as pagelas, as opas, o altar, assim como grande parte da sacristia.

“Com as chuvas, as roupas degradaram-se. Trata-se de uma capela antiga. Com muitos devotos. Há vários anos tem sido alvo de actos de vandalismo. A sacristia é a parte pior, o tecto tem sido aluído e é por aqui que eles entram. Já colocamos uma almofada nova no tecto, mas em vão. Na parte da sacristia e rente ao altar tiraram as telhas, esburacam o telhado todo, estamos com dificuldades em arranjar telhas iguais porque são telhas com mais de 50 anos”, avançou, recordando que a capela não tem fundos.

Como forma de minimizar os danos e voltar a conferir a dignidade à capela, Maria Adélia Silva realçou que já no mês de Julho, ela e um grupo de voluntários devotos de São Roque, vão percorrer a freguesia de Penafiel com o objectivo de angariar fundos e requalificar o edifício.

“Temos já a promessa e a disponibilidade da parte da Câmara de Penafiel para emitir as licenças. A paróquia não tem dinheiro e, por isso, temos de pedir à comunidade”, sustentou, sublinhando que a intervenção no exterior e interior da capela irá exceder os 10 mil euros. “Queremos recuperar o pálio, as opas, a roupa dos santos, intervir no telhado, na sacristia e no altar, mas não dispomos da verba para o fazer e, por isso, temos que apelar à colaboração de alguns benfeitores e da comunidade”, assumiu, acrescentando que no âmbito das festas de S. Roque, que se realizam de 12 a 19 de Agosto, irá ser sorteada uma imagem de S. Roque, com 60 centímetros.

Manuel Silva, devoto de São Roque e um dos voluntários que vai colaborar no peditório, lamentou o estado actual em que se encontra a capela.

“A capela está um caos, o telhado tem de ser substituído, a capela tem de ser pintada, o pálio está danificado, a alcatifa está estragada. No exterior da capela tentaram furar a caixa de esmolas, mas só que deram em pedra e não conseguiram retirar a caixa por aí, mas danificaram o azulejo que é muito antigo. Esperemos que estes actos tenham um fim”, afirmou.

“Em Dezembro, do ano passado, fizeram um assalto pela sacristia, arrombaram o tecto da sacristia e as telhas ficaram intactas. Foi quando danificaram a caixa das esmolas por dentro. Isto é tudo muito estranho”, referiu, ressalvando, no entanto, que os voluntários estão motivados e querem requalificar o edifício o mais rapidamente possível.

A Capela de São Roque data de 1580. A construção do alpendre da capela é de 1924. A Capela já existe há vários séculos, sendo a primeira procissão datada de 1890. Tem uma nave única com sacristia lateral. No altar encontra-se uma imagem de São Roque, acompanhado por um cão. A capela suporta, também, as imagens de São Sebastião e de Santa Luzia.