As Câmaras Municipais de Paredes, Valongo e Gondomar podem avançar com um concurso para concessão do serviço público de transportes de passageiros à margem da Área Metropolitana do Porto. Os autarcas, que reuniram esta quinta-feira com a Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Pesados de Passageiros (ANTROP) e cinco empresas privadas – a Auto Viação Landim, a Valpi, a Albano Esteves Martins & Filhos, a Gondomarense e a Auto Viação Pacense – pedem “cedências” de outros municípios para não avançarem com essa decisão.

As posições têm vindo a extremar-se depois de a Câmara do Porto ter passado os términos de autocarros de operadores privados provenientes destes concelhos do Bolhão para o Dragão e também por ter informado o Conselho Metropolitano do Porto que ia suspender a delegação de competências na gestão da rede de transportes públicos naquela entidade.

Os municípios pedem um recuo em ambas as decisões e não querem que os transportes deixem de ir ao centro do Porto.

Esta quinta-feira, na reunião de Câmara de Paredes, o PSD questionou o presidente da autarquia sobre esta situação. Rui Moutinho quis saber se, caso avance esse concurso autónomo, isso teria mais encargos para o município, se teria implicações no passe único e qual o ponto de situação do andante em Rebordosa, Gandra e Lordelo.

Alexandre Almeida explicou que ainda hoje houve uma reunião. “Irmos a concurso os três não está fora de questão”, assumiu. “Queremos preservar o espirito metropolitano, mas isso implica cedências. A nossa preocupação tem sido a população”, sustentou o presidente.

O autarca lembrou que, o concurso da AMP já ia avançar em lotes separados e que, por isso, mesmo que decidam avançar fora da AMP os transportes nunca poderiam ser mais caros para estes habitantes. Por outro lado, esclareceu que o passe único substitui o andante previsto para o concelho e deve ser uma realidade no início do próximo semestre.

“Acho que vai imperar o bom senso. Toda a gente tem que ceder e a AMP beneficia muito de toda esta população que vai para lá”, defende.