Apesar de ter dito que iria fechar este ciclo, a verdade é que Evandro Sousa vai continuar à frente da direcção dos Bombeiros Voluntários de Cete, tendo sido reeleito há poucos dias.

Em nome de “um projecto que estava por acabar e porque havia compromissos que não podia abandonar”, Evandro Sousa volta a assumir a direcção, justificando que não consegue estar “de outra forma” no trabalho e na vida, com total dedicação e empenho.

Assim, e do rol de obrigações em curso, incluem-se as obras no quartel, sendo que a primeira fase dos trabalhos está “praticamente concluída”. A segunda fase já está em curso e inclui, entre outros melhoramentos, “as camaratas femininas” que devem ter um prazo de execução de “dois anos e meio”, explicou ao Verdadeiro Olhar. Ou seja, até início de 2025 toda a intervenção realizada no edifício “estará toda concluída”, garantiu.

Foto: Bombeiros Voluntários de Cete (DR)

Recorde-se que, em 2020, a este propósito, a autarquia de Paredes, ao reconhecer a necessidade destes trabalhos de requalificação atribuiu, em 2020, um apoio financeiro de 275 mil euros para realizar estas obras que tiveram como objectivo melhorar as instalações onde estão aquartelados os Bombeiros Voluntários de Cete.

Os trabalhos envolveram a central até à sala de comandos, passando ainda pela requalificação e adaptação das camaratas femininas e masculinas, conferindo-lhes “melhores condições, comodidade e espaço”, porque quem ali trabalha diariamente e dá a vida pela comunidade merece operar num ambiente digno.

Evandro Sousa congratulou-se ainda pelo facto de ter chegado há poucos dias à corporação mais uma camião de abastecimento, que permite debelar incêndios florestais, estando ainda prevista a aquisição de um outro veículo de “ataque a fogos rurais”. São passos importantes para esta estrutura, porque, ao terem “mais e melhores meios” vai ser possível “prestar um ainda melhor serviço à comunidade”.

Camião de abastecimento que chegou à corporação e que serve para combater fogos florestais. Foto Bombeiros Voluntários de Cete (DR)

Foi no dia 18 de 1925 que foi fundada a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Cête. E 97 anos volvidos, o mundo mudou, assim como os bombeiros. E uma das grandes dificuldades que atravessam estas instituições dizem respeito ao recrutamento de novos voluntários. É um problema transversal a nível nacional, porque “é cada vez mais complicado tirar as pessoas do conforto de suas casas para se dedicarem a estas causas”, lamenta o presidente.

Por outro lado, os jovens não se deixam seduzir tanto pelos bombeiros como há uns anos, até porque, “há muitas ofertas que antigamente e o mundo lá fora é muito mais aliciante”, referiu.

Ainda assim, Evandro Sousa não esmorece e, além destas obras em curso, o dirigente incluiu no seu caderno de encargos, a curto prazo, o “aumento” do número de elementos do corpo activo, ou seja, neste momento é composto por 60 pessoas, mas o objectivo é chegar às “80 ou 90”.

“Não será fácil, porque “este modelo de voluntariado está esgotado”, mas vai o presidente acredita que “será possível”. Tanto mais que, o novo comandante, Filipe Carneiro, “é um jovem dinâmico” e, em conjunto com todos os operacionais, “vai conseguir atrair” mais elementos para a corporação.

Preparar o centenário da instituição, que acontece em 2025, é outros dos objectivos de Evandro Sousa que é neto de um bombeiro que trabalhou ao serviço desta corporação mais de 50 anos.