Foto: Fernanda Pinto/Verdadeiro Olhar

O resultado das contas da Câmara Municipal de Paredes “é aterrador”. Nos últimos cinco anos a receita em impostos cobrados aos munícipes “quase duplicou”, mas a dívida “aumentou 10 milhões em seis anos” e o passivo ronda “os 200 milhões de euros”.

A denuncia partiu do PSD local que, e depois de analisar o Anuário Financeiro dos Municípios, relativo a 2022, se diz preocupado com os valores apresentados em Paredes, numa comparação realizada aos 308 municípios portugueses. O documento é da responsabilidade do Centro de Investigação em Contabilidade e Fiscalidade (CICF) e do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA).

Em comunicado, o maior partido da oposição de Paredes destaca do documento a dívida do município que é de “56 milhões de euros”, quando, “em 2016, não chegava a 46 milhões”. Contas feitas, os números traduzem-se num aumento que ascende a “20%”. Já o Passivo Total é de “200 milhões”.

Os sociais democratas reforçam as críticas à liderança do autarca socialista Alexandre Almeida dizendo que a Receita do município, obtida em grande parte por impostos pagos pelos paredenses, quase “duplicou nos últimos cinco anos”. Ou seja, “era de 41 milhões de euros em 2017 e passou para 79 milhões de euros em 2022”. Nesta receita incluem-se “a venda de bens duradouros, ou seja, património do município, que foi de “570 milhões”, como se lê no Anuário Financeiro dos Municípios.

Assim, e no ‘ranking’ do documento, Paredes foi o município “que mais aumentou as receitas cobradas” o ano passado, “mais de 53%”, face a 2021. O concelho também consta no terceiro lugar da lista das autarquia nacionais “com maior volume de passivos financeiros”, com Lisboa a liderar, seguido de Seia.

Também foi Paredes que, em Portugal, mais contribuiu para o agravamento do Dívida Pública Nacional, com mais de “21 milhões de euros”, liderando também na “maior diferença negativa entre o valor da amortização de empréstimos e o valor de novos empréstimos”. Em segundo lugar ficou Lisboa.

O PSD lamenta ainda que, e apesar de todo o endividamente bancário, Paredes seja o 21º município com o prazo médio de pagamentos mais elevado, a 43 dias, e o 13º do ranking com menores resultados económicos líquidos, com menos 2 442 521 de euros.

Evolução da situação financeira de Paredes de 2006 a 2022