O presidente da Câmara de Valongo, José Manuel Ribeiro, destacou,  esta quinta-feira, no arranque das obras do edifício que albergará a  nova sede da associação do Parque das Serras do Porto que este equipamento, edifício centenário, propriedade da autarquia, agora, cedido  às Serras do Porto, vai ser decisivo para potenciar o projecto.

A construção da nova sede, é comparticipada por fundos comunitários, tem um prazo de execução de 240 dias e quando estiver finalizada vai passar a dispor de técnicos próprios. Refira-se que o trabalho da Associação do Parque das Serras do Porto está a ser assegurado pelos técnicos das três autarquias que a integram (Valongo, Gondomar e Paredes).

A obra está orçada em cerca de 640 mil euros.

Aos jornalistas, o autarca de Valongo realçou que a conclusão da obra vai permitir, dentro de meio ano, que a associação Parque das Serras do Porto entre noutra fase e disponha de um espaço central, localizado em plena Estrada Nacional 15, dotado de todas as condições técnicas e logísticas para servir um território com 60 quilómetros quadrados.

“Hoje foi assinada a consignação da obra, ou seja, é o dia em que arranque a requalificação deste espaço, um edifício centenário com 118 anos, da Câmara de Valongo,  que vai ser cedido pela autarquia à Associação Parque das Serras do Porto para albergar entre outras funções os serviços de apoio às Serras do Porto e que vai dar um novo impulso ao território”, disse, salientando que a futura sede da associação vai ter todas as condições que um parque desta índole, sede de um parque natural, de natureza regional, tem de ter.

O chefe  do executivo recordou que os três municípios que integram esta associação realizaram nos últimos três anos,  um esforço no sentido de fazer um inventário exaustivo de todo o território no sentido de monitorizar quer a sua fauna e flora, mas, também, os inúmeros recursos geológicos, naturais e humanos que é possível encontrar nas várias serras que o constituem.

“Ao contrário de outros parques naturais que optam por contratar pessoas, no Parque das Serras do Porto investimos muito dinheiro a fazer estudos,  fizemos estudos minuciosos em termos de geologia, mineração do carvão, marcas da presença humana. Hoje podemos afirmar que existem neste território as mais importantes minas subterrâneas de ouro do império Romano”, disse.

Falando  do potencial das Serras do Porto, José Manuel Ribeiro ressalvou, também, que neste território, que já foi mar, podem-se descobrir-se as trilobites (animais marinhos muito mais antigos do que os dinossauros), minas de ouro subterrâneas com 2.000 anos aldeias pitorescas, plantas e animais raríssimos, entre outras maravilhas de um local que é também o “livro geológico” mais antigo de Portugal.

“O retorno já existe, temos cada vez mais pessoas a utilizar este território, são cerca de 60 quilómetros quadrados, e quase todos os dias do ano temos inúmeras actividades culturais, desportivas e científicas”

O edil manifestou, também, que as Serras do Porto são já um produto turístico, um atractivo quer para turistas quer para operadores privados que vêem neste território e na sua diversidade um potencial a ser explorado.

“O retorno já existe, temos cada vez mais pessoas a utilizar este território, são cerca de 60 quilómetros quadrados, e quase todos os dias do ano temos inúmeras actividades culturais, desportivas e científicas.  É um pulmão junto ao Porto que pode e deve ser devidamente valorizado”, acrescentou, sustentando que todo o território tem um potencial recreativo, turístico, produtivo, mineiro e desportivo, gerador de mais-valias económicas para a população.

“O concelho de Paredes dispõe de belezas naturais, nomeadamente na zona sul,  a Senhora do Salto, Sobreira, Aguiar de Sousa, mas também Astromil, que vão beneficiar das Serras do Porto”

O presidente da Câmara de Paredes, Alexandre Almeida, que esteve presente no arranque das obras daquela que será a futura sede das Serras do Porto, assumiu que a conclusão desta obra representa um passo significativo para o projecto e uma mais-valia para o concelho de Paredes que poderá ver também o seu território valorizado.

“A autarquia de Paredes está envolvida neste projecto  que é supramunicipal. O concelho de Paredes dispõe de belezas naturais, nomeadamente na zona sul,  a Senhora do Salto, Sobreira, Aguiar de Sousa, mas também Astromil, que vão beneficiar das Serras do Porto”, adiantou, sublinhando que no plano económico retorno para Paredes será grande e irá depender do envolvimento dos operadores privados neste projecto.

“O concelho é conhecido pelo  mobiliário, dispõe já no seu tecido empresarial de outras empresas, mas efectivamente faltava explorar o turismo e as Serras do Porto podem  dar um contributo decisivo nesse domínio, respeitando sempre os estudos que foram realizados e os equilíbrios sensíveis que existem e que estão devidamente identificados”, expressou.

“Existem cada vez mais turistas a percorrer as serras do Porto e temos de potenciar este produto, fomentando a economia local”

Já o autarca de Gondomar, Marco Martins, defendeu que o Parque das Serras do Porto é um projecto inovador e ambicioso que está a ser desenhado desde 2014 pela mão dos municípios de Valongo, Paredes e Gondomar, que partilham um território com cerca de 6.000 hectares que integra uma beleza cultural e paisagística de serras, vales e rios que devem ser preservados e potenciados.

O autarca recordou que o Parque Serras do Porto é a primeira infraestrutura verde metropolitana que está a ser construída em Portugal, num território ímpar com imenso potencial existindo já vontade por parte dos operadores privados e dos turistas em conhecer este vasto território.

“Existem cada vez mais turistas a percorrer as serras do Porto e temos de potenciar este produto, fomentando a economia local.  Um projecto que vem com décadas de atraso mas que vai ser decisivo para toda a região”, confessou.