O discurso político da maioria socialista é, de uma forma abrangente, uma verdadeira ode ao paraíso. Desde 2013 que, quem vive em Paços de Ferreira, apanhou o “elevador” imaginário rumo ao idílico paraíso liderado pelo Dr. Humberto Brito e pela maioria socialista. Este caminho foi trilhado em todas as áreas de actuação da nossa autarquia: desde a atracção e fomento ao investimento empresarial que, nas palavras dos nossos autarcas, multiplicou-se exponencialmente desde que o PS assumiu os destinos da câmara, até ao trabalho feito pela acção social da Autarquia que, apesar dos milhares de euros que vão sendo gastos em políticas puramente assistencialistas, o que salta à vista é o Cartão Municipal Sénior com pouco mais de 20 beneficiários. Não nos esqueçamos também do suposto rigor com que são geridas as finanças da Autarquia. Também neste caso, a liderança socialista da nossa Câmara apostou numa acção de total disciplina no caminho a seguir: comprovar que é rigorosamente verdade o dito popular de que “uma mentira dita muitas vezes se torna verdade”. E, por isso, a maioria PS vai repetindo vezes sem conta que a sua gestão apostou no corte de “gorduras” para que os pacenses acreditem que é verdade. O problema está sempre que surgem os números e na obrigação que se tem de os publicar. E, através do Relatório e Contas, publicado pela Câmara Municipal descobre-se, que, afinal, os custos operacionais da Câmara (as tais “gorduras”) subiram mais de 10% desde que o PS passou a liderar a nossa Autarquia.

É pois com muita preocupação que vejo um conjunto de dados que vão demonstrando o deteriorar do estado da qualidade de vida dos habitantes do concelho de Paços de Ferreira. Ainda hoje, através da consulta do insuspeito site de dados Pordata descobri que a percentagem de mulheres a trabalhar a tempo integral ou em part-time por cada 100 trabalhadores era, em 2013 de 47,2% e no último ano da análise (2016) não é mais do que 22,4%. Esta preocupante descida não pode ser directamente imputada ao Executivo Municipal. Mas que ninguém duvide que se encontra intimamente ligada com o facto da maioria socialista não ter nenhum tipo de estratégia de apoio e fomento ao investimento empresarial, verdadeiro criador de emprego e de riqueza numa região.

Assim, aqui deixo uma mensagem directa para o PS: não tentem desvalorizar este dado, nem os próximos que aí hão-de vir. Lembrem-se antes que, por cada festa que fazem, por cada tentativa de criar uma cortina de fumo nas reais dificuldades da nossa população, há uma mulher, habitante de Paços de Ferreira que voltou a sentir na pele a dificuldade em aceder a um emprego.