Francisco Coelho da RochaNa semana passada, a Carta Educativa de Paredes fez dez anos. Na altura, o documento, que previa o encerramento de várias escolas e a construção de 15 novos centros educativos, foi aprovado por unanimidade, mas, três anos depois, os vereadores do Partido Socialista foram substituídos e os que se seguiram, liderados pelo problemático Artur Penedos, renegando o voto favorável dos seus antecessores, apelidaram o projecto de megalómano e usaram-no como arma de arremesso para manipular as populações das freguesias que iriam ficar sem escola.

Na altura, o concelho de Paredes era o nono pior concelho do país no que se refere ao insucesso escolar e um dos com maior taxa de abandono escolar, mas, nos últimos dez anos, construíram-se 15 novas escolas, num investimento superior a 50 milhões de euros, e o concelho encontra-se agora entre os 30 melhores do país e tem uma das mais baixas taxas de abandono escolar.

No início deste ano, o concelho de Paredes foi considerado pela organização do Congresso Internacional das Cidades Educadoras como um dos casos de maior sucesso no combate ao abandono escolar a nível mundial, entre várias centenas de cidades de todo o mundo.

A decisão histórica de inscrever a educação na lista de prioridades do município foi uma tarefa bem maior e bem mais nobre do que uma mera conta de subtrair: reordenou-se a rede de escolas, adaptando-se à densidade populacional, melhorou-se a oferta pública da educação e, acima de tudo, promoveu-se a igualdade de oportunidades. Quando o Governo de então propunha às autarquias uma mera opção matemática de encerramento de escolas, Celso Ferreira, à frente da Câmara de Paredes, reorganizou a rede escolar e conseguiu combater o abandono e o insucesso escolares.