Alguns elementos da Associação Jornada Principal, empunhando faixas e cartazes que pedem o encerramento do aterro de Sobrado, apelaram, hoje, à ajuda do Presidente da República, à saída da Escola Básica e Secundária de Campo.

“Vimos aqui fazer um apelo para que olhe ao que se passa na nossa terra. Os problemas que as crianças passam com as poeiras e com os depósitos do aterro. Está tudo na carta que entregamos e emails enviados para que possa para constatar as anomalias que se passam naquele aterro”, afirmou António Vale, em representação da Associação.

“Há quanto tempo existe e qual o futuro previsto?”, perguntou Marcelo Rebelo de Sousa. “Estamos a aguardar uma decisão do Tribunal para decretar a nulidade do licenciamento urbanístico e caírem as licenças renováveis”, explica o presidente da Câmara de Valongo que acompanha a conversa mesmo ao lado, que quis saber há quanto tempo a questão está em tribunal e, pelos seis meses que lhe tornaram de resposta, concluiu que “deve estar próximo de uma decisão”. “Isto foi um aterro mal licenciado, em cima das casas”, comenta o presidente da autarquia. “Quando foi construído já estavam lá as escolas”, acrescenta António Vale.

Nos cerca de dois minutos que durou a conversa, o Presidente da República deu a sua experiência pessoal: “Eu em Celorico de Basto tive um problema com um aterro que depois foi parcialmente resolvido”. Despediu-se com um “eu tenho a documentação não tenho?” e um “eu conheço esse drama do aterro”.

“Temos enviado cartas ao ministro da Educação e do Ambiente, a todos os grupos parlamentares” com “muito poucas respostas”, lamentou António Vale aos jornalistas. “As crianças (escolas) estão a 350 metros do aterro onde são depositados camiões de lixos indiscriminados que nem nós sabemos o que é. Há químicos e produtos cancerígenos que estão a entrar lá dentro e queremos que as entidades que fiscalizam aquilo intervenham perante esta situação de calamidade”, apelou. “O senhor presidente está atento e acredito que vai analisar a documentação”, disse ainda, lembrando os problemas recorrentes com as picadas de insectos que atribuem ao aterro. “Aquilo não é um aterro, é uma lixeira, onde tudo é enterrado sem tratamento algum”, afirmou.

Recorde-se que, desde 2019, que a população de Sobrado defende o encerramento do aterro da Recivalongo, aludindo aos maus-cheiros e pragas de mosquitos geradas.