Evitar infecções hospitalares multi-resistentes ou reduzir os custos de internamento são duas das vantagens da Hospitalização Domiciliária. A par disso, o grande objectivo é permitir aos doentes recuperar, em casa, junto da família, de uma doença aguda com o devido acompanhamento médico e de outros profissionais de saúde. A decisão é sempre do utente e da família.

Em Fevereiro, entra em funcionamento da Unidade de Hospitalização Domiciliária do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS). O modelo de internamento foi, hoje, apresentado aos profissionais deste centro hospitalar.

Para já, a equipa composta por dois médicos (e reforçada por outros para manter a unidade em funcionamento 24 horas por dia 365 dias por ano), seis enfermeiros, uma assistente social, uma farmacêutica, uma nutricionista e uma assistente operacional actuará apenas num raio de 15 quilómetros em torno do Hospital Padre Américo, abrangendo os ACES – Vale do Sousa Norte e Sul. Será entretanto alargado ao Hospital de Amarante.

A opção de internamento domiciliário estará disponível para doentes “com diagnóstico definido, residência com condições de habitabilidade necessárias e, caso não seja autónomo, dispor de um cuidador”. “Mas este modelo de internamento terá sempre que ser aceite pelo doente e pela família ou cuidadores informais”, salienta Lindora Pires, médica coordenadora da Unidade de Hospitalização Domiciliária.

Há vantagens financeiras, mas também humanização de cuidados

Presidente do Centro Hospitalar com a equipa coordenadora

Há inúmeras vantagens, entre elas a económica, não escondeu Carlos Alberto, presidente do conselho de Administração do CHTS, durante a apresentação do projecto. “A Hospitalização Domiciliária, a par com o programa de Autonomia Financeira e a humanização de cuidados, são três das maiores responsabilidades do CHTS para o ano de 2019. Este é um modelo, do ponto de vista financeiro, com mais vantagens para o centro hospitalar. No entanto, não se trata só de números”, sustentou. “Vamos tratar de doentes que vão ficar no conforto do seu ambiente familiar, com acesso aos cuidados hospitalares, possibilitando aos cuidadores organizarem-se pessoal e profissionalmente”, acredita Carlos Alberto.

Segundo o CHTS, este modelo de prestação de cuidados aplica-se a diversas patologias, sendo uma alternativa ao internamento convencional que permite aos doentes recuperar de uma doença aguda em casa, recebendo cuidados hospitalares. Este modelo, permite “o melhor tratamento assegurado ao doente, no conforto da sua casa, acompanhado pelos seus familiares e amigos e estando o menos possível exposto a infecções hospitalares que são causa de um número cada vez maior de morbilidades e mortalidade”, realça Lindora Pires. Já Lídia Rodrigues, enfermeira coordenadora da Unidade, salienta “a satisfação dos doentes, a humanização de cuidados e a valorização da família e cuidadores” num modelo “que faz a diferença na vida das pessoas”.

A referenciação de doentes vai ser feita, para já, pelas equipas clínicas do internamento de Medicina Interna, mas poderá, no futuro, ser feita pelo Serviço de Urgência, internamento Cirúrgico, Consulta Externa ou através dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES), refere o centro hospitalar. A equipa multidisciplinar vai assegurar os tratamentos e a realização de exames complementares de diagnóstico.