Mais de 300 pessoas participaram, na sexta-feira, na Homenagem ao Profissional promovida pelo Rotary Clube de Paredes. Este ano, o distinguido foi Alberto Barbosa, empresário de Vandoma com um “profissionalismo acima da média”, com “competência e capacidade” e sempre disponível para ajudar os outros, sustenta Marta Ferreira, presidente dos rotários de Paredes.

Esta homenagem ao profissional é feita anualmente por cada um dos cerca de 35 mil clubes rotários existentes em todo o mundo.

 

Sucesso feito de ambição e “pés na terra”

A história de vida de Alberto Barbosa é em tudo semelhante à de muitos industriais do concelho e da região. Veio de uma família humilde, começou a trabalhar quando ainda era tempo de ser criança e criou um negócio que foi crescendo até ser hoje uma empresa que dá emprego a 75 pessoas, factura cerca de cinco milhões de euros anuais e tem negócios com 15 países, com especial prevalência da França, Espanha, Inglaterra, Canadá, Rússia, Argélia, Colômbia e Estados Unidos da América.

Tudo isto, sempre com ambição, claro, mas sobretudo com “os pés no chão”, dando passos seguros.

Alberto Barbosa nasceu, estudou, casou e construiu a sua vida profissional em Vandoma. Filho de agricultores, perdeu o pai, logo aos três anos de idade. Foi o único dos cinco irmãos que ficou com a mãe e, mal acabou a quarta classe, foi aprender a arte da marcenaria. Teria cerca de 11 anos. “Naquela altura ter uma arte era ser um doutor”, conta. Passou por empresas de Rebordosa e Lordelo até ir cumprir o serviço militar aos 21 anos. E foi durante a sua passagem pelo exército que “deu os primeiros passos de empreendedorismo”, recorda.

O paredense, que acabou a trabalhar no bar dos oficiais e acabou como responsável pelo espaço, acabou a levar móveis para alguns dos superiores. Mais tarde, um comerciante queria montar uma casa de móveis, em Tomar, e surgiu-lhe a ideia de comprar e vender mobiliário. “A produção própria só veio mais tarde”, explica Alberto Barbosa. Ficou com uma pequena fábrica de um tio e começou a produzir. Hoje, tudo o que vende é fabricado na MAB – Móveis Alberto Barbosa, que conta com 38 anos de existência. As exigências do mercado foram fazendo o negócio dar passos de crescimento, em termos de equipamento, espaço de produção e pessoas.

Quando o mercado nacional deixou de dar resposta, a empresa soube apostar na exportação. Por outro lado, desde o início que o design faz parte da matriz da MAB. “Acho que só não crescemos mais porque sempre tive os pés na terra. Podíamos ter avançado mais e mais rápido se tivesse corrido mais riscos”, diz o empresário.

Em 2016, Alberto Barbosa passou a empresa aos filhos, que já trabalhavam com ele há alguns anos. Mas os seus dias continuam a levá-lo atá à empresa. “Ainda continuo a ajudar. Enquanto o entenderem”, diz. Até porque gerir uma empresa que dá sustento directo a 75 famílias é muita responsabilidade, assume.

O empresário paredense não esconde que ficou “comovido pela amizade e respeito” que sentiu nesta homenagem. “Estou muito grato a todos os que lá estiveram, e agradeço sobretudo ao Rui Cunha, à Marta Ferreira, ao Domingos Barros, à Marina Moreira, ao engenheiro Ferraz e à ‘Piasquinha’. Isto traz ainda mais responsabilidade para tentarmos continuar a fazer melhor”, afirma. Espera ser um exemplo de que é preciso lutar pelos objectivos e de que nada se consegue sem trabalho.