Domingos Lopes – o cidadão integral

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Decorreu, há dias, no rejuvenescido pavilhão gimnodesportivo, a Gala do Desporto organizada pela câmara municipal de Paredes.

 As primeiras impressões retêm-se nos cuidados colocados na organização do evento. Desde a logística à apresentação da Gala houve o cuidado de elevar a fasquia, valorizar a cerimónia e, consequentemente, dignificar os homenageados.

Mais importante do que isso, pareceu-nos a preocupação em diversificar as modalidades abrangidas e, sobretudo, afastar-nos da ideia monolítica de confundir o futebol com o conjunto das modalidades desportivas. A proliferação do desporto enquanto meio de desenvolvimento das capacidades físicas, psíquicas e sociais dos indivíduos ou grupos é tão mais rica quanto maior for o número de modalidades praticadas.

Apesar dos encómios atrás tecidos, queremos, particularmente, referir-nos a Domingos Lopes, agraciado com o galardão mais significativo.

Porque não é uma pessoa de se afirmar por aparecer nas fotografias, oficiais ou da praxe, talvez passe despercebido a muitos dos munícipes deste concelho.

As suas capacidades e competências, seguramente, foram enaltecidas na cerimónia.

Não queremos, contudo, deixar de acrescentar uma singela reflexão sobre o homenageado que conhecemos há cerca de cinco décadas e com quem confraternizamos menos do que queríamos, mas o suficiente para lhe reconhecermos qualidades raras. Domingos Lopes, de forma desinteressada, apaixonada e competente foi professor de ténis de várias gerações de paredenses.

A isto acrescente-se a humildade dos grandes homens, a educação esmerada, as competências sociais sempre evidenciadas fazem-nos olhá-lo com admiração e até algum espanto.

Domingos Lopes, o sr. Domingos, como todos o chamamos, é transversal às diferentes gerações. Deve ser raro encontrar um paredense que, mesmo conhecendo-o mal, não tenha  para ele  um elogio sincero pelo exemplo de vida que é para todos, principalmente para os que mais de perto conviveram com ele e, sobretudo, para os que foram seus alunos.

Avesso aos holofotes, quando hoje cruzamos com ele, ocorre-nos sempre esta sensação:

-Eis um homem que nunca se fez à fotografia, aparece em muito poucas e é tão mais importante do que muitos outros que não conseguem afirmar-se senão em bicos de pés para não ficarem fora do ângulo da objectiva fotográfica.