Mais de 100 profissionais de saúde, doentes, familiares e cuidadores participaram, no sábado, no III Workshop “Juntos na Insuficiência Cardíaca”, da Associação de Apoio aos Doentes com Insuficiência Cardíaca (AADIC), organizado em parceria com a Clínica de Insuficiência Cardíaca do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS).

“A importância do suporte familiar, cumprir o horário e as tomas de medicação, realizar uma actividade física adaptada e uma alimentação equilibrada e saudável foram as mensagens principais desta iniciativa que contou com a intervenção de vários especialistas que esclareceram sobre sinais e sintomas e tratamento da insuficiência cardíaca”, refere nota de imprensa do CHTS.

Além do programa científico, o encontro contou com um jogo interactivo, onde os conhecimentos dos doentes foram postos à prova. Houve ainda testemunhos de doentes e cuidadores que falaram sobre as dificuldades e as estratégias encontradas para lidar com a doença.

A terminar, para reforçar a importância da actividade física, foi lançado um desafio que colocou todo o auditório a dançar.

Luís Gonçalves, de Paços de Ferreira, e Luísa Freitas, de Paredes, são seguidos na Clínica de Insuficiência Cardíaca, no Hospital Padre Américo e participaram neste workshop.

Luís Gonçalves é seguido há 10 anos e diz que, depois do enfarte, ficou deprimido, mas com o apoio familiar e seguindo as indicações da equipa de saúde melhorou: “foi um milagre, estou vivo”.

Luísa Freitas, com uma insuficiência cardíaca genética, é seguida desde 2018, logo após a colocação de um Cardioversor Desfibrilhador Implantável. “Até agora, salvaram-me a vida. Tenho a vida salva”, garante.

Desde 2011, o Serviço de Cardiologia do CHTS tem um programa multidisciplinar estruturado de tratamento da Insuficiência Cardíaca, a Clínica de Insuficiência Cardíaca, com o objectivo de reduzir a mortalidade, a taxa de reinternamentos e melhorar a qualidade de vida destes doentes.

Ao longo dos anos foram seguidos cerca de 500 doentes. A equipa é constituída por uma cardiologista, que coordena o programa, e quatro enfermeiras com formação específica nesta área. Conta também com um interno de Cardiologia.

A insuficiência cardíaca ocorre quando o coração não consegue bombear sangue suficiente para atender às necessidades do corpo. Como consequência, por exemplo, pode acumular-se líquido nas pernas e nos pulmões.

“Há vida para além da insuficiência cardíaca. É possível ser feliz, mesmo tendo esta doença crónica. O truque é adaptar-se às circunstâncias e enganar a doença”, garante Aurora Andrade, cardiologista que coordena a Clínica de Insuficiência Cardíaca do CHTS.