Maria da Graça Soares, das Termas de S. Vicente, Penafiel, de 59 anos, venceu, esta terça-feira, o Concurso Broa de Milho cujos prémios foram entregues no Palco Intermarché, no decorrer da 38.ª edição da Feira Agrícola do Vale do Sousa (Agrival).

A concorrente Maria Antonieta Rocha obteve o segundo lugar e Ana Monteiro, de Penafiel, o terceiro lugar.

Ao Verdadeiro Olhar, Maria da Graça Soares mostrou-se agradada pelo primeiro lugar no concurso de broa que este ano voltou a registar um número recorde de participantes, 13, oriundos de vários pontos da região do Vale do Sousa e Baixo Tâmega, sendo que 60% das broas eram provenientes de concorrentes do concelho de Penafiel e as restantes de Paredes e do Marco de Canaveses.

“Este prémio foi, no fundo, o reconhecimento do júri pela broa que faço. Conheço os meus produtos e sei que têm qualidade”, disse, salientando que há nove anos que participa no concurso e, nos últimos anos, arrecadou já vários prémios.

Aos jornalistas, a vencedora revelou que é ela faz a broa e conta com a ajuda de uma filha que comercializa o produto.

“Sou eu que faço, mas é a minha filha é que a vende ”, adiantou, salientando que além do fabrico próprio, produz para fora.

Maria da Graça Soares confessou, ainda, que o que distingue as suas broas e as tornam tão procuradas é a qualidade dos ingredientes, isto é a farinha e o milho.

“Todos os meus produtos são feitos a lenha, são de fabrico caseiro e isso faz com que sejam tão procurados”, avançou.

No concurso do pão-de-ló, o primeiro lugar foi entregue a Laurinda Purificação, de 90 anos, a residir no Marco de Canaveses, sendo natural de Castelões, Penafiel. O segundo lugar foi para Emília Vasconcelos, do Marco de Canaveses e o terceiro para Ricardo Filipe, também de Penafiel.

A edição deste ano do concurso de pão-de-ló contou com um total de 14 regueifas de pão-de-ló, provenientes dos concelhos de Penafiel, Paredes, Marco de Canaveses e Vila Nova de Gaia.

Ao Verdadeiro olhar, Laurinda Purificação manifestou estar agradada com o prémio sendo um reconhecimento pela dedicação na confecção desta verdadeira iguaria e persistência nos concursos.

“Tinha a expectativa de que poderia ser uma das escolhidas, mas os regueifas dos outros concorrentes, também, tinham qualidade ”, disse, salientando que esta não foi a primeira vez que foi premiada.

“Agrival tem dado um contributo decisivo na promoção e valorização dos produtos endógenos do concelho”

O presidente da Câmara de Penafiel, Antonino de Sousa, destacou que a Agrival tem dado um contributo decisivo na promoção e valorização dos produtos endógenos do concelho e da Região do Vale do Sousa.

“A Agrival manteve a sua matriz agrícola, tem-se destacado pela promoção dos produtos endógenos e apoio ao mundo rural”, disse.

Antonino de Sousa realçou, também, o facto da Agrival continuar a ser a maior feira do Norte e Centro do país, assumindo-se como um certame agro-industrial de referência e uma feira agrícola reconhecida por vários actores e sectores.

O autarca destacou ainda, o trabalho dos elementos do júri que quer no concurso da broa do milho quer no concurso do pão-de-ló tiveram a árdua tarefa de votar as melhores broas e as melhores regueifas.

“Foi uma avaliação difícil porque a qualidade dos produtos que participam em ambos os concursos criou dificuldades acrescidas ao júri”, disse, relevando a participação dos concorrentes e o contributo que estes têm dado para a valorização dos produtos do concelho.

“Participar nos concursos da Agrival é um prestígio”, acrescentou.

“Cada vez mais os concelhos têm de estar unidos. Se trabalharmos em conjunto podemos fazer muito mais na promoção dos produtos do nosso território”

O chefe do executivo relevou, também,  o facto da Agrival continuar a contribuir para a união e a mobilização do território do Tâmega e Sousa.

“Cada vez mais os concelhos têm de estar unidos. Se trabalharmos em conjunto podemos fazer muito mais na promoção dos produtos do nosso território. Somos 11 concelhos, uma população de cerca de meio milhão de habitantes, 18 mil kms quadrados, muito mais que os arquipélagos da Madeira ou dos Açores e por vezes não temos voz porque não fazemos por ter voz. Na promoção dos nossos produtos, também, é assim que temos de actuar. É muito mais fácil promover um produto da região, dar-lhe visibilidade, levá-lo mais longe se trabalharmos no mesmo sentido” assegurou, reforçando a necessidade da região criar uma marca, ganhar dimensão e escala.