Foto: Fernanda Pinto/Verdadeiro Olhar

O Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CTHS), que chegou, em Novembro de 2020, a enfrentar um “tsunami” de casos Covid-19 – atingindo um pico de 235 internamentos que obrigou o conselho de administração a pedir ajuda – vive, actualmente, dias de menor pressão, com menos internamentos e menos casos graves.

Hoje, “há 64 doentes em internamento, todos em enfermaria” (nenhum em cuidados intensivos), explica Carlos Alberto Silva, em resposta enviada ao Verdadeiro Olhar. “Os circuitos estão estabelecidos e as equipas estão organizadas. Há alguma pressão devida ao aumento da incidência, mas completamente diferente das vagas anteriores”, afirma. Recorde-se que todos os concelhos da região estão já no nível máximo de incidência.

Num balanço dos últimos quase dois anos vividos em pandemia, o presidente do conselho de administração do CHTS, que junta o Hospital Padre Américo, em Penafiel, e o Hospital de São Gonçalo, em Amarante, adianta alguns números sobre os impactos sofridos: 2819 internamentos e 567 mortes por Covid-19.

Em 2020, o CHTS teve 1782 em internamento devido a esta doença, 128 em cuidados intensivos. Foram registadas 455 mortes sobretudo em idosos com co-morbilidades, sendo a média de idades dos afectados 71 anos.

No ano passado, o panorama já mudou. Houve 1037 internados por Covid-19 no CHTS, 113 em cuidados intensivos. Acabaram por falecer 112 pessoas – quatro vezes menos que em 2020 -, baixando a média de idosos dos afectados para os 69 anos, na maioria dos casos com co-morbilidades (outras doenças) associadas.

“Início da vacinação rapidamente surtiu efeitos na necessidade de internamento hospitalar”

Carlos Alberto Silva reconhece que 2020 foi o ano mais difícil, pela “reorganização complexa” que foi exigida a toda a instituição e pela criação de, entre outros, novos circuitos hospitalares, assim como a reestruturação do serviço de urgência e do internamento “de forma a acomodar doentes com infeçcão por SARS-CoV-2 com necessidade de  isolamento de via área”. Nessas primeiras vagas da pandemia, foi necessário transferir, entre Outubro de 2020 e até Janeiro de 2021, 208 doentes por falta de capacidade de resposta, quando o hospital esteve “no olho do furacão” – admitira mais tarde a ministra da Saúde – pelo elevado número de casos em simultâneo existente na região a que o CHTS dá respostas. A situação já não teve comparação em 2021, pelo facto de “existirem menos internamentos e menos casos graves”.

O presidente do conselho de administração aponta como momento marcante o “inicio da vacinação que rapidamente surtiu efeitos na necessidade de internamento hospitalar”.

Apesar de o CHTS continuar a ter “recursos escassos” face à grande “dimensão assistencial, tem havido reforço de “algumas dezenas” de profissionais de saúde, atesta Carlos Alberto.

O centro hospitalar conseguiu “com a dedicação de todos os profissionais”, manter “a actividade assistencial aos doentes Não Covid”. “No final de 2021, não existiam listas de espera para consulta nem para cirurgia, excepto alguns, poucos casos, residuais em resolução”, garante o responsável.