A CDU realizou, este domingo, uma tribuna pública, em Sobrado, para denunciar o “desagrado e descontentamento sentidos pela população, devido aos problemas causados” pelo aterro da Retria, em Sobrado, Valongo. Segundo o partido, há “maus cheiros e contaminação das águas” sobretudo no Alto de Vilar.

“Dezenas de pessoas participaram” na sessão que pretendeu dar voz à população, tendo em conta que o mal-estar sentido se tem vindo a intensificar ao longo dos tempos, lembra nota de imprensa do partido, sustentando que, ao longo dos anos, a CDU levantou o tema na Assembleia da República, Assembleia Municipal, na Assembleia de Freguesia e junto da Câmara Municipal de Valongo.

“A empresa Retria foi inaugurada há mais de 10 anos com o objectivo de destruição e tratamento de resíduos de demolição e construção. Mas hoje em dia, após licenças do Ministério do Ambiente de vários Governos e da CCDR-N, passou a receber e tratar outros tipos de resíduos, como lixo hospitalar. O resultado destas decisões levou a que se torne insuportável andar na rua ou manter portas e janelas abertas”, argumenta nota de imprensa.

A CDU lembrou que, recentemente, a empresa foi multada em cinco mil euros por descargas ilegais na rede pública, confirmando os seus “comportamentos ilegais”.

Presente na sessão, Diana Ferreira, deputada do PCP na Assembleia da República, comprometeu-se a intervir junto do Governo, questionando sobre licenças e inspecções pelas entidades competentes, dando força à população para esta luta. Já Sónia Sousa, deputada municipal da CDU, afirmou que as recentes declarações do presidente da Câmara de Valongo – que incentivam à mobilização da população para o encerramento da empresa – são um “branqueamento das suas responsabilidades”, enquanto autarca local e de reivindicação junto do PS nacional – Governo e deputados da Assembleia da República – “que permitem que a empresa labore há anos com estas licenças e ilegalidades”.