O presidente da Câmara de Valongo, José Manuel Ribeiro, presidiu, esta quarta-feira, à inauguração de três pinturas em graffiti distribuídas em diferentes pontos do concelho, (Pavilhão n.º 2  de Campo, junto  ao Centro de BTT, no Parque da Cidade de Valongo e no Skate Park da Vila Beatriz, em Ermesinde), numa iniciativa que contou com a presença de dois dos três autores que estiveram envolvidos neste projecto que teve proponente Cátia Azevedo.

Falando das pinturas, o autarca valonguense referiu que os trabalhos, agora, inaugurados, fazem parte de uma proposta que foi submetida ao Orçamento Participativo Jovem de 2017, com a designação “Grafitar não é estragar!”, uma proposta de âmbito concelhio que visava  a limpeza de espaços onde existem “rabiscos” feitos por amadores de arte urbana.

O objectivo passava por “limpar esses spots e convidar os artistas especializados na arte e oferecer o materiais para que os graffiters pudessem embelezar os espaços municipais” com temas dedicados à juventude e temas seriam adaptados aos pavilhões e outros.

Segundo o autarca pretendia-se embelezar o concelho e “ensinar” aos amadores que “Grafitar não é estragar!”

“A taxa de execução dos projectos seleccionados tem sido de 100%”

Falando do Orçamento Participativo Jovem de Valongo, o chefe do executivo assumiu que este tem sido uma aposta ganha, existindo um aumento das propostas submetidas a concurso, funcionamento  este projecto como um instrumento que promove  uma maior participação dos jovens naquilo que são os desígnios e a definição de prioridades do município.

“O Orçamento Participativo Jovem tem sido uma aposta ganha que tem permitido envolver os jovens dos 6 aos 35 anos, fomentando a participação da comunidade através da criação um pensamento dinâmico e crítico sobre o concelho e agrada-me saber que a taxa de execução dos projectos seleccionados tem sido de 100%. Executamos todos os projectos que ganham” disse, salientando, que este ano, já deram entrada 105 projectos, sendo que os projectos vencedores serão encontrados no dia 30 deste mês, dia em que se realiza a gala do Orçamento Participativo Jovem de Valongo.

O responsável pelo executivo municipal atestou, também, que os jovens, com este instrumento, têm a possibilidade de verem os seus projectos executados no orçamento municipal e, desta forma, contribuirem também para a mudança da comunidade.

“Mesmo os projectos que não são escolhidos, são muitas vezes aproveitados pelos autarcas, porque efectivamente estamos na presença de propostas que tocam em áreas muito diversas e que podem e dêem ser aproveitadas e trabalhadas”, expressou.

“É um valor já com uma grande relevância e é seguramente um dos maiores em termos de dotação financeira a nível nacional”

José Manuel Ribeiro realçou, também, que a Câmara de Valongo tem feito um esforço no sentido de aumentar e reforçar as verbas atribuídas aos projectos mais votados.

“Tem existido um investimento e temos aumentado o valor de ano para ano. Começou em 10 mil, 20 mil, 40 mil, 80 mil e este ano não dobrou, mas subiu para 120 mil euros” , avançou, sustentando  que há cada vez mais jovens a quererem participar porque confiam e têm a garantia que se o seu projecto tiver mais votos será executado.

Gustavo Teixeira, mais conhecido no meio dos graffiters por Mesk, realçou a importância destes projecto e a necessidade de dar nova vida aos espaços públicos.

“Foi-me proposto tornar este espaço mais apelativo, dar-lhe uma nova dinâmica e configuração e ao mesmo tempo valorizar toda a área envolvente”, afirmou, concordando com a necessidade de outras autarquias seguirem o exemplo da Câmara de Valongo.

“Sei que há câmaras que estão a abrir concursos e a realizar festivais de arte urbana”, manifestou. Falando do seu trabalho, Gustavo Teixeira referiu que a sua obra incide sobre o ambiente, a natureza, realça os recursos e a importância do património natural de Valongo e das Serras do Parque do Porto.

“É um retrato do muito espólio natural que existe no concelho, das suas serras, dos trilhos, das caminhadas, da importância do BTT no concelho”, adiantou.

Gustava Teixeira esclareceu que utiliza o graffiti como técnica, realçando que o graffiti é hoje uma arte disseminada à escala nacional e internacional, é cultura, sendo visualmente atractivo e que tem já muitos seguidores.

“Em termos dimensão a minha obra ganha uma nova escala e o graffiti é a vertente artística mais democratizada”, confessou.

Gustavo Teixeira tem várias obras disseminadas pela Porto, de onde é natural.

Hazul, nome artístico e autor do trabalho que se encontra exposto no Parque da Cidade de Valongo, manifestou estar agradado com o resultado final do seu trabalho.

“As pessoas que me convidaram já conheciam, de uma alguma forma, o meu trabalho e julgo que o resultado final corresponde ao que me foi solicitado. Quando vi a temática percebi de imediato que seria fácil representá-la”, assegurou, acrescentando que a sua obra reflecte também, as tradições do concelho de Valongo, como as Bugiadas e Mouriscadas, a existência no concelho de um importante espólio geológico e natural, mas também a tradição da Regueifa e do Biscoito.

“Os elementos que integram este trabalho simbolizam, no fundo, as tradições concelhias e espero ter correspondido e que as pessoas apreciem”, asseverou.