O fenómeno epidemiológico Covid-19 provocou uma crise à escala mundial sem precedentes.

Um após outro, todos os países foram sofrendo os efeitos devastadores desta pandemia, que ao mesmo tempo que sobrecarregou os nossos sistemas nacionais de saúde e ceifou centenas de milhares de vidas, colapsou a economia mundial.

Nunca, em tempo de paz, a evocação dos princípios fundadores da União Europeia fez tanto sentido, como nos tempos extraordinariamente difíceis que todos vivemos.

Era, portanto, chegada a altura de perceber se a União Europeia iria fazer jus àqueles pergaminhos e continuar a ser um espaço promotor da coesão económica, social, territorial e da solidariedade entre os seus Estados-Membros, ou se o sonho e a visão de Jacques Delors seriam definitivamente encerrados e confinados aos manuais de história e museus.

Este foi, sem qualquer dúvida, um momento decisivo para o futuro da União Europeia e, não obstante a pérfida resistência dos 4 avarentos liderados pela Holanda, a União Europeia foi capaz de aprovar, nas palavras do nosso Primeiro-Ministro, a bazuca que permite relançar a economia europeia.

O nosso país contará com 15,3 mil milhões de euros a fundo perdido, aos que acrescem o acesso a 15,7 mil milhões de euros relativos a empréstimos a juros muito acessíveis e 29,8 mil milhões de euros por via do Quadro Financeiro Plurianual — a próxima vaga de fundos comunitários.

Portugal contará, portanto, com um pacote financeiro robusto, que auxiliará o povo português na resposta ao contundente desafio económico que se avizinha.

É, pois, imperioso conseguir-se um compromisso de legislatura, um acordo que gere estabilidade governativa e permita projetar o futuro do nosso país.

Esta oportunidade não pode ser desperdiçada e o volume deste auxílio europeu, não é compatível com gestão de dia a dia, nem com compromissos caso a caso, é exigido às forças partidárias que se ponham de acordo sobre o que é verdadeiramente essencial: o reforço da rede de infraestruturas indispensáveis; a qualificação da população; a aceleração da transição digital; o reforço do setor da saúde e do Estado Social; a promoção da coesão territorial e a transição energética.

Um acordo desta magnitude, que permita as reformas estruturais – expressão tão cara à Direita – que verdadeiramente contribuirão para a melhoria das condições de vida do nosso povo, só é possível de ser alcançado com os parceiros à Esquerda do Partido Socialista, dando continuidade aos 4 anos de progresso, desenvolvimento e paz social que se viveram no país durante o período da geringonça.

Como tantas vez ouvimos o povo português dizer durante a campanha legislativa de 2015, o apelo à Esquerda é o seguinte: entendam-se!