A primeira edição, realizada em 2021, foi um sucesso e teve “um efeito transformador em 11 aldeias do Douro, Tâmega e Sousa, mesmo com as muitas restrições impostas pela pandemia”, diz a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Tâmega e Sousa que anuncia, em nota de imprensa, o regresso do “Aldear”.

“Em 2023, a comunidade de outras 11 aldeias desta região une-se a colectivos artísticos para pensar o futuro a partir das memórias, saberes e sabores”, acrescenta a mesma fonte.

O presidente da CIM, Pedro Machado, destaca que a meta é “continuar a criar um encontro que una o território, que privilegie as tradições e que promova a coesão dos 11 municípios do Douro, Tâmega e Sousa”. “O Aldear é um encontro que se descobre em cada aldeia, em cada percurso”, explica ainda, lembrando que na região existem “aldeias com uma carga simbólica muito importante” e que são “essas memórias e vivências” que se pretendem “preservar e partilhar”. “Ao organizar o Aldear, estamos a promover a continuidade de tradições e costumes e a trazer para a actualidade as novas vidas das aldeias e das suas comunidades”, sustenta, ainda, o autarca.

Como o Verdadeiro Olhar já tinha avançado, a segunda edição do Aldear realiza-se de 16 de Abril a 25 de Junho, em 11 aldeias da região Douro, Tâmega e Sousa, com “um encontro de encontros de saberes, sabores, artes e ofícios”. Entre as aldeias que vão receber estes encontros comunitários com diferentes actividades estão Meinedo, em Lousada, Eiriz, em Paços de Ferreira, e Quintandona, em Penafiel.  

Serão 11 domingos consecutivos de sessões com mais de meia centena de processos artísticos, entre percursos artísticos, espectáculos comunitários, oficinas de saberes e sabores, instalações e conversas. Todos os encontros são de entrada gratuita.

Segundo a CIM, o projecto Aldear tem como base uma metodologia comum e integrada, aplicada individualmente a cada município. A metodologia inclui quatro fases: recolha e memória, capacitação e valorização, encontro e celebração e, por fim, memória e legado. Primeiramente, a recolha e memória, que tem como propósito a valorização do património imaterial dos lugares e agentes de memória pela via da tradição oral dos municípios, o que inclui lendas, histórias, músicas, saberes e sabores. A segunda fase centra-se na capacitação e valorização, em que os artistas e grupos desenvolvem projectos participativos com elementos das várias comunidades, com o objectivo de aumentar as referências artísticas e técnicas dos participantes, criando conteúdos artísticos a partir dos imaginários locais, e usando a arte e a cultura para promover a participação social. O terceiro momento é o encontro e celebração multidisciplinar, inter-geracional e aberto ao público, numa aldeia por município para apresentar o resultado dos projectos desenvolvidos na segunda fase. Por fim, a última etapa do Aldear passa pela memória e legado como vectores essenciais do sentimento de pertença e do espírito de comunidade, culminando com a edição de um livro, a distribuir pelos participantes.

O Aldear é um projecto promovido pela CIM do Tâmega e Sousa, em parceria com os municípios de Amarante, Baião, Castelo de Paiva, Celorico de Basto, Cinfães, Felgueiras, Lousada, Marco de Canaveses, Paços de Ferreira, Penafiel e Resende, com o apoio de fundos comunitários.