Tudo sobre (novas) rodas

0

Na passada 4ª feira, dia 28, foi assinado na cidade do Porto, um memorando entre o governo central e os municípios de Gaia, Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto e Valongo, onde fica acordado que a partir do dia 1 de janeiro de 2020 os STCP passam para a gestão destes 6 municípios. O princípio base para esta decisão é, tal como as demais medidas de descentralização anunciadas, totalmente correto, os políticos locais gerirão melhor os recursos dos seus territórios que os políticos nacionais que, a partir de lisboa, não convivem diariamente com a realidade que importa bem gerir.

António Costa anunciou também que entregará a empresa sem passivo e com uma frota renovada para que não se pense que o governo está a entregar um presente envenenado. É uma atitude correta e remete para os municípios a responsabilidade de gerir bem os recursos. Neste caso a responsabilidade maior será da Câmara do Porto pois deterá a maioria desta nova empresa intermunicipal.

Antes deste memorando e no início do ano o governo anunciara uma das medidas com maior impacto social dos últimos anos, o PART – Programa de Apoio à redução Tarifária nos Transportes Públicos.

A última medida no sector com um impacto tão revolucionário fora a criação dos passes sociais na década de 70. Esta medida tem um objetivo claro, tornar o transporte coletivo mais atrativo para que as famílias passem a utilizar o transporte coletivo em detrimento do transporte particular e assim, para além de reduzirem despesas, reduzam as emissões de dióxido de carbono. São medidas para uma mobilidade mais amiga do ambiente, economicamente mais vantajosa para o utilizador e que melhorará a qualidade de vida nas grandes cidades onde a pressão do automóvel é maior.

Para garantirmos a preservação da espécie humana neste planeta temos de tratar bem dele, como já todos ouviram dizer e como quase todos concordam, e estas medidas são essenciais. Repensar a forma como todos nós nos deslocamos é fundamental, e planear as cidades para esses novos meios de mobilidade é agora.

Em Valongo estamos sintonizados com aquilo que o governo central tem vindo a trabalhar e promover no âmbito de uma nova mobilidade. Apostar na atratividade do transporte coletivo, na utilização dos modos suaves como a bicicleta, na melhoria das condições para promoção do modo pedonal e na racionalização do transporte individual, são os objetivos do Plano de Mobilidade Urbana Sustentável de Valongo.

Também por isso é que este ano e pela primeira vez, o município vai participar na Semana Europeia da Mobilidade, que decorre entre 16 e 22 de Setembro, com atividades diárias. Nessa semana serão inauguradas importantes obras que darão novas condições para a utilização dos modos suaves como alternativa ao carro. Principalmente para aquela deslocacao diária de percurso curto. Para quê usar o carro para fazer 1 km se o pode fazer de bicicleta ou a pé? Muitos dirão: Porque é mais rápido e mais cómodo! E é este pensamento que tem de ser combatido.

Temos um desafio pele frente e como todos os grandes desafios é primeiro preciso mudar mentalidades e hábitos.

Com a massificação do automóvel que no nosso país começa a surgir na década de 70, as cidades passam a ser pensadas para receber este novo fenómeno da mobilidade. O planeamento urbano passa a ter como base as estradas e as necessidades do automóvel. O peão não era a prioridade. Agora e por força das alterações climáticas e de uma melhor qualidade de vida nas cidades a prioridade já não deve ser o automóvel. As cidades tem de ser repensadas, mas esta nova filosofia de mobilidade não pode demorar décadas para ser implementada. Tem de acompanhar a velocidade do nosso tempo. Tudo muda muito rapidamente e os políticos que gerem os seus municípios tem de estar atentos e preparados para antecipar estas mudanças e acompanhar a sua velocidade. Nós em Valongo estamos e por aqui já começamos a mudar.