Começou a trabalhar aos 13 anos e ainda não parou. Natural de Castelões de Cepeda, Paredes, Rui Moreira dedica-se, há 25 anos, à área de hotelaria e restauração. Este mês encerra mais uma etapa da sua vida ao fechar (ainda não sabe se para sempre) as portas do restaurante Terramar, o segundo que criou de raiz no concelho.

O que vai fazer no futuro não sabe. Mas sabe que quer dedicar-se mais á vida pessoal. “Até agora dediquei-me apenas à minha vida profissional”, reconhece. “Há outros projectos que quero concretizar”, adianta o paredense.

Gosto pela hotelaria começou cedo

Aos 38 anos, Rui Moreira assume-se como homem discreto e “de bastidores”, mas sobretudo como uma pessoa de metas e de desafios. “Gosto de tudo o que está ligado à hotelaria, mas o que gosto realmente é de planear, organizar e executar”, explica.

Há 10 anos lançou um novo desafio a si próprio: criar o restaurante Terramar. “Quando abri este restaurante foi um projecto arrojado e que exigiu um grande investimento”, recorda o paredense. O objectivo era amortizar esse investimento e acaba de pagar a última prestação. Por isso, e mesmo que pareça não fazer sentido, decidiu encerrar portas. “Não quer dizer que não o vá vender ou reabrir no futuro”, comenta. O Terramar, que lhe deu alegrias e tristezas, abriu em período de crise e atravessou anos difíceis em que as alterações económicas, a mudança de hábitos, a emigração e a descapitalização afectaram o sector, recorda.

Mas manteve-se firme no seu propósito. “Sou uma pessoa de desafios, se não fosse isso acho que tinha desistido”, diz Rui Moreira.

Foi assim toda a vida, desde que aos 13 anos começou a trabalhar, nas férias da escola, contra a vontade dos pais, num estabelecimento do antigo Centro Comercial do Vale do Sousa. Foi servir às mesas. “Já tinha gosto por isto”, confessa. Trabalhou em vários espaços do concelho, alguns dos quais ajudou a abrir, até ir fazer a escola de hotelaria em 2001/2003 e ir trabalhar para o restaurante do Hotel Meridien. “No ano em que acabei a escola de hotelaria fiquei a efectivo e despedi-me”, conta o chef autodidacta.

Queria abrir o próprio negócio. Fê-lo em 2004, quando abriu o salão de chá e cafetaria D. Manuel, em Paredes. Vendeu o espaço em 2008, quando o Terramar já estava em funcionamento.

“Tenho um defeito: envolvo-me muito nas coisas. Quando tinha os dois espaços trabalhava 24 horas por dia. Tive que optar”, recorda. “Tenho sempre receio de perder o controlo das coisas. Isto é como ter um filho e educá-lo”, acrescenta Rui Moreira.

Agora chega a vez de deixar o projecto do Terramar para trás. “Quero parar e não sei bem o que vem a seguir. Tenho alguns projectos em mente. Até agora dediquei-me apenas à minha vida profissional”, reconhece.