O PSD promoveu, hoje, uma conferência de imprensa em que criticou a instalação de uma unidade de tratamento mecânico e biológico no Parque Industrial de Parada/Baltar, em Paredes. Acusou ainda a autarquia liderada por Alexandre Almeida de estar a “esconder” este dossier e de o investimento ser apresentado como um “facto consumado” já que a Ambisousa – Empresa Intermunicipal de Tratamento e Gestão de Resíduos Sólidos que trata os resíduos dos seis concelhos do Vale do Sousa irá apresentar uma candidatura nos próximos dias.

Ricardo Sousa, presidente do PSD Paredes e candidato à Câmara, quer saber porquê a instalação em Paredes e não num dos outros concelhos e critica o facto de ninguém ter sido ouvido, incluindo a oposição. Culpa o presidente da Câmara, Alexandre Almeida.

“Soubemos que vai ser apresentada uma candidatura para a construção de uma unidade de tratamento mecânico e biológico no Parque Industrial de Parada/Baltar. É uma candidatura da Ambisousa para tratamento de resíduos orgânicos, numa primeira fase. Da ambisousa fazem parte seis municípios. Queremos saber o porquê desta escolha recair em Paredes”, começou por apontar o social-democrata.

“As populações foram ouvidas e sabem o que vai ser ali construído? Os presidentes da junta sabem? As pessoas que lá vivem e as empresas que lá existem sabem?”, questionou, acusando a Câmara de Paredes de estar a esconder algo que será apresentado como “facto consumado”.

“Não foram apresentados estudos para justificar que ali será a melhor opção. Sabemos que estas unidades têm de existir e ser colocadas em algum local, mas estas escolhas devem ser bem sustentadas”, argumentou Ricardo Sousa, criticando a falta de discussão sobre o tema.

Confrontado com o compromisso assumido aquando da criação da Ambisousa, que as soluções para tratar os resíduos aconteceriam em rotatividade, nos seis concelhos, o líder do PSD é peremptório: “A rotatividade implicava que cada concelho teria um aterro. Mas estas unidades não são transitórias, são definitivas, nós passaremos a servir os outros municípios em definitivo”. “Alguém quer viver ao lado da Lipor?”, deu como exemplo.

“No meu entender isto não é benéfico para o concelho e esconder o dossier não é forma de operar. Esta candidatura anda a ser discutida há muito tempo, não se faz um projecto destes da noite pro dia. Devia ter havido um estudo transparente que dissesse qual a melhor área dentro dos seis concelhos onde isto deveria ser instalado. Tenho muitas dúvidas que seja Paredes o que reúne as melhores condições”, frisou.  

Contactada, a Câmara de Paredes esclarece que não está em causa nada que se assemelhe a um aterro. “Não há previsão de mais aterros, além dos aterros já existentes e que servem os seis municípios do Vale do Sousa da esfera da Ambisousa – Castelo de Paiva, Felgueiras, Lousada, Paços de Ferreira, Paredes e Penafiel”, salienta a autarquia, indo de encontro ao recentemente divulgado pelo presidente da Câmara de Penafiel e actual presidente da Ambisousa, Antonino de Sousa.

“A candidatura da Ambisousa diz respeito à instalação, no Parque Empresarial de Parada-Baltar, de uma unidade industrial que vai transformar os resíduos orgânicos em biogás”, informa o Município de Paredes, salientando que aquela é “uma localização de acolhimento de indústrias”. “Este projecto industrial da Ambisousa é apoiado pela APA – Agência Portuguesa do Ambiente, cumprindo todos os imperativos legais e em nada interfere com as indústrias instaladas na Zona Industrial de Parada-Baltar”, garante a resposta enviada.