Foto: Ana Regina Ramos/Verdadeiro Olhar

Os vereadores do PSD Paços de Ferreira votaram contra o relatório e contas de 2020 apresentado pelo executivo PS na Câmara Municipal, adianta comunicado do partido.

Os social-democratas sustentam que estão “desfasadas da realidade e que o relatório dá a entender que se trata “de um conto de fadas”. “Quem não viver em Paços de Ferreira e conseguir ler este documento, sente que os nossos habitantes entraram num elevado estado de existência, livres dos malvados governantes precedentes de quem actualmente gere a autarquia”, ironizam. “Infelizmente, não poderiam estar mais enganados. Aliás, a existência de expressões de cariz partidário como ‘Obrigado pela confiança na mudança!’ na mensagem do senhor presidente da Câmara é a prova de que estamos, mais uma vez, perante um documento eleitoralista, propagante e no qual se tenta, mais uma vez, ‘dourar’ uma realidade, que a população do nosso concelho, mais tarde ou mais cedo, vai descobrir que é um embuste”, acrescentam ainda no documento enviado à comunicação social.

Os eleitos do PSD criticam a “mensagem enganadora” sobre a diminuição da dívida numa autarquia que continua “com mais de 51 milhões de euros em Provisões (rubrica na qual se deveria infelizmente adicionar pelo menos 100 milhões de euros fruto da desastrosa gestão do processo de concessão de água e saneamento por parte da maioria socialista)”; o contínuo aumento de custos operacionais visíveis nas demonstrações financeiras; o IMI “que, ao contrário do que é dito, continua a aumentar o valor cobrado aos cidadãos”; e a “falta de visão estratégica da maioria socialista, que ano após ano apresenta custos correntes muito superiores aos custos de capital, isto é, ao investimento, o que prova que se limita a gerir o dia-a-dia”.

Por outro lado, Joaquim Pinto e Célia Carneiro falam de um executivo ao “sabor do vento” e “sem estratégia” e apontam duas questões concretas.

“É com particular espanto que vimos o senhor presidente de Câmara terminar a sua mensagem com a expressão ‘a Capital do Móvel resiste!’. Neste ponto estamos de acordo. Mas faltou acrescentar ‘Resiste, apesar de eu tudo ter feito para acabar com ela!’ Ou o senhor presidente de Câmara já se esqueceu da ‘marciana’ ideia que teve há uns anos atrás ao ter criado a Capital Europeia do Móvel, tendo inclusive dado uma valente ‘seca’ de apoios à AEPF, contribuindo para a lamentável situação de dificuldades económicas em que a associação se encontra, nomeadamente na luta diária que os seus dirigentes têm para se manter com a posse do Parque de Exposições, um património para o qual tanto se trabalhou?!?”, questionam.

“Gostaríamos também de fazer referência ao “foguetório” feito pela maioria socialista relacionado com os resultados líquidos positivos. Obviamente que é preferível ter resultados positivos a resultados negativos. Mas numa situação como a que a que atualmente vivemos, de louvar seria caso a Autarquia tivesse usado o valor dos resultados (que por coincidência é um valor próximo do da moratória do FAM) para apoiar, de forma proactiva e coerente, as empresas do concelho e as pessoas que sofreram com a pandemia. Mas não, pelo contrário: num ano como o de 2020, com brutais perdas de rendimento por parte das nossas empresas e das nossas famílias, a Câmara ainda cobrou mais impostos directos e indirectos (+ cerca de 750 mil euros cobrados)! E, quando não conseguia cobrar, lá passou essa tarefa para a Autoridade Tributária para ainda penalizar mais a nossa população com multas e taxas”, conclui o partido.