A bancada do Partido Socialista (PS) na Assembleia Municipal de Paços de Ferreira pediu hoje a demissão do líder dos social-democratas, Alexandre Costa, acusando-o de incapacidade em selar acordos, de não cumprir com a palavra dada e mentir descaradamente”, para além de “destratar e humilhar” o seu líder de bancada, Valentim Sousa.

Segundo o comunicado, elementos do PS e PSD, com assento na AM, reuniram, no passado dia seis de Janeiro, com o objectivo de alinhavarem estratégias com vista à aprovação do regimento, o documento que traça as linhas mestras da reunião magna do município.

O encontro terá decorrido “com a maior urbanidade e todos os pontos sujeitos a alteração foram aprovados unanimemente, sendo alvo de pequenos ajustes a ser articulados por e-mail”, relata a nota.

Chegados à Assembleia Municipal, o líder daquele órgão, Miguel Costa avançou que o documento tinha sido alvo de algumas correcções que se deviam a “erros de escrita”, feitos depois da reunião com os líderes das bancadas.

Entre outros pontos, o documento prevê que o público intervenha nas sessões, desde que se inscreva até 24 horas das reuniões. Mas quando Miguel Costa acabou de falar, os trabalhos foram suspensos devido a “linguagem menos própria” vinda de elementos do público, que foram obrigados a abandonar a sala.

Retomados os trabalhos, Valentim Sousa veio dizer que “nenhuma das propostas foi redigida na exacta medida do acordado”, questionando o presidente da AM acerca deste “volte face”.

“Espero não vir a esta reunião para representar, porque não sou nenhum actor”, frisou o deputado, acrescentando que todo esta confusão, criada em torno do regimento, se traduz numa “quebra de confiança” entre as partes.

Vem agora o PS acusar, em comunicado, Alexandre Costa de ter “manipulado José Valentim, que terá sido “obrigado a negar o acordo do regimento que subscreveu”.

Um sentimento já manifestado na última AM, onde o socialista Hugo Lopes e Miguel Costa acusaram Valentim Sousa de “faltar à verdade”. O presidente da AM frisou: “o senhor até queria que as inscrições fossem 48 horas antes, tendo eu dito que tal não era possível porque esse é o tempo que o executivo tem para nos fazer chegar os documentos”. Agora, “se depois, nas vossas reuniões internas as coisas correm mal e venham para aqui virar o bico ao prego, tudo bem”.

Hugo Lopes foi mais longe dizendo que os argumentos apresentados pelos social-democratas na assembleia, constituíram um “gravíssimo golpe de teatro, uma apropriação do PSD para tentar fazer um golpe político relativamente aquilo que existiu numa reunião de negociação”. E virando-se para Valentim Sousa atirou: “o senhor assumiu uma responsabilidade lá. Os seus colegas podem não concordar, mas o senhor assumiu uma responsabilidade lá, nunca respondeu contrariamente a isto, e isso é factual”.

No comunicado enviado agora aos jornalistas, os socialistas acusam assim a oposição de “quebra de confiança” que, “mais do que mentir, está deliberadamente a tentar enganar os cidadãos para daí tirar dividendos políticos. Por isso, afirmam que “Alexandre Costa humilha e destrata” o seu líder de bancada.

A terminar, o maior partido de Paços de Ferreira acusa Alexandre Costa de ser uma “personagem que não é confiável e que nem nos seus confia e para quem “vale mesmo tudo”, mostrando, deste modo, uma “incapacidade em assumir compromissos públicos”.

A terminar, e perante o que se passou na AM, considera o PS que a Valentim Sousa “só lhe resta abdicar de representar o PSD em futuras negociações políticas e públicas”, exigindo ainda um pedido de desculpa por parte de Alexandre Costa aos eleitos socialistas.

O Verdadeiro Olhar contactou Alexandre Costa que e dado as “acusações graves” feitas no comunicado, remete para mais tarde um comentário.

Iniciativa Liberal acusa deputados municipais de dificultarem a participação os cidadãos na AM

O partido Iniciativa Liberal (IL) acusou os deputados municipais de “dificultarem a participação dos cidadãos” nas reuniões magnas, rejeitando algumas medidas aprovadas no novo regimento.

Em comunicado o IL alega que fez propostas com vista a “melhorar o funcionamento das assembleias, da participação dos cidadãos e da transparência”.

Mas, “pior que ignorar as sugestões de um partido é, certamente, dificultar a participação dos pacenses”, dizem na nmissiva.

O IL acusa ainda os eleitos de Paços de Ferreira de “incompetência”, porque “precisam de 24 horas para preparar respostas” aos cidadãos.