O orçamento para 2022 da Câmara Municipal de Paços de Ferreira demonstra rigor nas contas, redução de dívida, tem impostos no mínimo, mais apoios sociais e continua as obras nas freguesias, defenderam o executivo socialista e a bancada do PS. O documento foi aprovado na última Assembleia Municipal, mas com os votos contra do PSD.

Para os social-democratas falta estratégia ao orçamento, marcado por medidas “pontuais e correntes” e sem visão de desenvolvimento.

“Não se verifica nenhuma política estrutural para o desenvolvimento”

Num momento de desafios para o país e para o concelho, ao analisar o orçamento “não se verifica nenhuma política estrutural para o desenvolvimento” para Paços de Ferreira, começou por argumentar Rui Chamusca, pelo PSD, alegando que não se consegue “identificar a visão do executivo”.

Há, no documento, medidas bem-vindas, mas que não passam de acções “pontuais e correntes” quando se esperavam medidas “fortes e concretas”. “Não há política de desenvolvimento económico, com apoios às pequenas e médias empresas e à fixação de empresas no concelho, apoios à formação e reforço das marcas Capital do Móvel e Capão à Freamunde”, ou projectos para a Juventude, Desporto ou Cultura, defendeu o eleito do PSD.

Já Sónia Mendes, do mesmo partido, lamentou o parco investimento previsto para a Juventude: “0,16%” do orçamento. Questionou ainda o executivo sobre alguns projectos na área, como a Academia de Formação Profissional ou a Casa da Juventude.

Hugo Lopes, líder da bancada socialista, falou de um momento “festivo e de celebração”. Começou por lembrar que, depois de o município ter sido intervencionado pelo FAM – Fundo de Apoio Municipal para superar “a bancarrota gerada pela gestão do PSD”, conseguiu sair do excesso de endividamento a 31 de Dezembro. As “boas contas” e uma “gestão responsável”, permitiram reduzir a dívida em 26,7 milhões de euros, mantendo os impostos no mínimo e reforçando os apoios às famílias e investindo nas freguesias “sem comparativo histórico”. “Esta é a marca do PS, transparência, rigor e cumprir compromissos”, alegou.

“Demonstramos que era possível ter uma boa gestão municipal reduzindo a monumental dívida do PSD”

Também David Coelho falou de um orçamento de “rigor” que “reflecte aquilo que foi validado pelas últimas eleições”. “É importante não esquecer qual foi a vontade do povo”, avisou ao PSD. Acrescentou ainda que o documento continua marcado pela dívida “causada” pelo PSD que ainda demorará 18 anos a ser liquidada, mas ainda assim mantém impostos no mínimo. Considerou-o ainda “real e verdadeiro” porque têm existido elevadas taxas de execução, a superar os 90%. “O PSD não traz propostas, só generalidades”, criticou.

Em resposta à oposição, o presidente da Câmara Municipal de Paços de Ferreira recordou que o acusavam de querer “dar tudo a todos”, apontando como exemplos o IMI no mínimo e a oferta de manuais escolares.

“Demonstramos que era possível ter uma boa gestão municipal reduzindo a monumental dívida do PSD, sem onerar as famílias e empresas e com aumento dos apoios sociais”, declarou Humberto Brito, acusando o PSD de não trazer ideias alternativas, limitando-se “à política do bota abaixo”.

À deputada do PSD lembrou que “juventude não é só eventos” e que há vários projectos de apoio aos jovens, como a isenção nas taxas urbanísticas, o apoio das refeições escolares, a Academia Profissional. “Como é que pode dizer que o apoio é zero”, questionou.  

Para Humberto Brito, o orçamento aprovado demonstra rigor nas contas, redução de dívida, tem impostos no mínimo, mais apoios sociais e continua as obras nas freguesias.

O documento foi aprovado com 19 votos a favor e nove contra (dos eleitos do PSD) e teve ainda cinco abstenções.