O Edifício Prata de Melo, situado na Avenida Central de Guilhufe, em Penafiel, começou a ceder durante a madrugada desta sexta-feira e foi interditado logo às primeiras horas da mesma manhã. Ao longo do dia, diversos técnicos da Câmara Municipal de Penafiel e, posteriormente, de uma empresa de construção civil contratada pela autarquia avaliaram o prédio com seis apartamentos e uma loja de calçado. No entanto, não foi possível apurar as causas do abatimento da estrutura, nem tão pouco as condições de segurança do edifício. Por isso, não restou outra alternativa que não a de realojar as cinco famílias que habitavam naquele local. Quatro delas vão passar os próximos dias em casa de familiares, enquanto um agregado familiar de três elementos, entre os quais uma menina de dez meses de idade, foi instalado numa habitação social.

Estrutura abateu em poucas horas

O Edifício Prata de Melo, localizado junto à estrada nacional que liga Paredes a Penafiel, foi construído há mais de 15 anos e nunca a sua estrutura tinha dado sinais de fragilidade. Todavia, na madrugada desta sexta-feira, os moradores aperceberam-se que algo não estava bem. “Eram 00h30 quando começámos a sentir o prédio a ceder. E ao longo da noite foi piorando”, recordou Carlos Rodrigues, que há dois anos arrendou um dos seis apartamentos daquele prédio. “Ouvimos o barulho de madeira a ranger. Não sabíamos o que era, mas já não dormimos descansados”, acrescentou Daniela Pereira, que mora ali há 11 anos.

Apesar destes sinais, apenas às primeiras horas da manhã é que os moradores do Edifício Prata de Melo perceberam a dimensão do problema. “Só quando fui à garagem para pegar no carro para ir trabalhar é que vi as rachadelas na parede e um pilar partido. Fui logo avisar os vizinhos”, descreve Carlos Rodrigues.

Perante o alerta, os 15 moradores fugiram para a rua apenas com a roupa que tinham vestido. Em seguida, alertaram os serviços da Protecção Civil de Penafiel que, após uma primeira vistoria, impediram o acesso ao prédio. “Temos os nossos bens todos lá dentro e não tenho onde passar a noite”, garantia Carlos Rodrigues, cuja família foi realojada com a ajuda da Câmara Municipal. “É o único caso. As restantes famílias vão para casa de familiares”, sustentou o vereador Rodrigo Lopes.

O mesmo responsável não sabia, ao final da tarde de sexta-feira, apontar as razões para a cedência da estrutura. “Ainda é prematuro. Os técnicos estão a analisar”, defendia. Mas tinha a certeza que o regresso a casa das cinco famílias não irá acontecer nos próximos dias. “Tentaremos que as pessoas possam ir buscar alguns bens de primeira necessidade, mas está fora de hipótese pernoitarem nestas habitações nos próximos dias”, garantiu.

 

Técnicos continuam a procurar as causas que estiveram na origem do abatimento

Ainda não há uma data definida para as famílias voltarem aos apartamentos do Edifício Prata de Melo. Quem o diz é Rui Ribeiro, da empresa “Condomínio ao Cubo”, que explica que o regresso a casa só poderá acontecer após terem sido identificadas as causas que levaram a que o prédio cedesse. “E isso ainda não foi apurado. A empresa ainda está a trabalhar no sentido de perceber o que aconteceu”, refere.

Assim, os 16 moradores apenas podem aceder aos apartamentos para retirar alguns bens, mas depois têm de pernoitar nas casas de familiares nas quais foram realojados. Apenas um agregado familiar foi instalado e continua a viver numa habitação de emergência social cedida pela autarquia.

Rui Ribeiro acrescenta que o apuramento dos motivos que estiveram na origem deste incidente também serão fundamentais para saber quem irá suportar os encargos com as obras necessárias. “É prematuro responsabilizarmos alguém”, declara.

 

*Texto actualizado a 11 de Fevereiro, com informações sobre a procura da origem do abatimento.