Poder de compra em Lousada, Paços de Ferreira, Paredes, Penafiel e Valongo muito abaixo da média do país

Dados do INE mostram que só a região do Alto Tâmega tem piores indicadores que o Tâmega e Sousa. Área Metropolitana do Porto tem índices mais elevados, mas Paredes é dos piores concelhos  

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O poder de compra per capita nos concelhos de Lousada, Paços de Ferreira, Paredes, Penafiel e Valongo tem vindo a subir ao longo dos últimos anos, mas continua a estar muito abaixo da média nacional. Os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que o indicador de poder de compra (IpC) per capita combinado destes cinco concelhos é de 81,61 quando a média do país é de 100. O valor mais baixo é o do concelho de Lousada (71,09) e o mais elevado o de Valongo (91,66).

Infografia: INE

A situação também não mudou muito para o Tâmega e Sousa. Só a região do Alto Tâmega (69,49) tem um indicador mais baixo que o desta região (73,02) em Portugal. E estão neste sub-região alguns dos 10 municípios com mais baixo poder de compra a nível nacional. Já na Área Metropolitana do Porto (AMP) o valor de IpC (104,4) está acima da média nacional, sendo que seis municípios superavam a média nacional e a daquela região – Porto (157,8), São João da Madeira (135,4), Matosinhos (123,0) e Maia (110,7), Espinho (103,0) e Vila Nova de Gaia (100,1). Mas Paredes (79,8), a par com Arouca (70,8), é o concelho que tem dos índices mais baixos da AMP. Comparativamente é metade do índice do concelho do Porto (157,8).

Segundo a 13.ª edição do Estudo sobre o Poder de Compra Concelhio relativo a 2017 lançada pelo INE, o poder de compra per capita manifestado em 32 dos 308 municípios em Portugal, em 2017, era superior à média nacional. Eram sobretudo concelhos localizados nas áreas metropolitanas, oito em Lisboa e seis no Porto, assim como as capitais de distrito.  O município de Lisboa apresentava o IpC mais elevado (219,6), mais que o dobro do índice nacional, e, nas 15 primeiras posições correspondentes a um IpC superior a 110, encontravam-se ainda três municípios da Área Metropolitana de Lisboa: Oeiras (156,5), Cascais (122,1) e Alcochete (118,8).

Infografia: Verdadeiro Olhar

O indicador Percentagem de Poder de Compra (PPC) revela, diz o INE, que 22 municípios concentravam 50% do poder de compra nacional, sendo que as duas áreas metropolitanas concentravam mais de metade (52%) do poder de compra, apesar de reunirem 44% da população do país.

“Ao nível municipal, Lisboa destacava-se no contexto nacional ao representar 11 % do poder de compra total. Em 2017, apenas mais 22 municípios concentravam individualmente mais de 1% do poder de compra nacional. Trata-se de municípios integrados nas áreas metropolitanas de Lisboa (Sintra, que era o segundo município a concentrar mais poder compra, com 3,5%, e ainda Oeiras, Cascais, Loures, Almada, Amadora, Seixal, Odivelas, Vila Franca de Xira e Setúbal) e do Porto (Porto, Vila Nova de Gaia, Matosinhos, Maia, Gondomar e Santa Maria da Feira), bem como de municípios capitais de distrito (Braga, Coimbra, e Leiria). Os municípios do Funchal (na Região Autónoma da Madeira), de Guimarães e de Vila Nova de Famalicão (ambos na sub-região do Ave) ainda faziam parte deste conjunto”, explica o documento.

Recorde-se que este indicador visa “avaliar o grau de concentração do poder de compra nos diferentes territórios, tendo em consideração que as áreas de maior ou menor poder de compra no território nacional dependem, não só da distribuição do poder de compra per capita pelo país, mas também da distribuição espacial da população residente”.