O orçamento para 2019 apresentado pelo executivo da Câmara de Penafiel é “irrealista, virtual e ilusório”, descreveu o Partido Socialista, que votou contra o documento na última Assembleia Municipal de Penafiel.

Segundo Benvinda Silva, rondam os 50 a 60% o que mostra que o orçamento “não é realizado”. Apesar de estar equilibrado convém também que seja “exequível e realista”, argumentou a eleita do PS. “Um orçamento pode ser um bom instrumento de gestão se for bem feito. Se não nem vale a pena fazê-lo”, criticou. “Quando está sobrevalorizado é normal que haja desvios como este de quase 20 milhões de euros”, acrescentou ainda a socialista, referindo-se a uma revisão ao orçamento do ano em curso, ponto em que o PS também votou contra por considerar que a correcção não era aceitável e demonstrava uma “gestão desgovernada”. Benvinda Silva terminou pedindo ao executivo mais esforço em relação ao orçamento.

Carlos Pinto, eleito pela coligação PSD/CDS-PP, lembrou à oposição que Penafiel foi, recentemente, considerado o 9.º município mais investidor do país. “Este instrumento de gestão previsional é social e financeiramente equilibrado”, garantiu. E é “amigo das pessoas”, acrescentou ainda, lembrando as baixas taxas de impostos, o apoio às famílias carenciadas e aos empresários, instituições e juntas de freguesia. “É um orçamento numa base móvel de quatro anos e tem muito tempo para progredir”, salientou.

Triste com a posição do PS, o presidente da Câmara Municipal de Penafiel considerou este documento “positivo” e adequado a este momento do mandato autárquico. “Fizemos um ajustamento de 10 milhões de euros [em relação ao último orçamento]. Lamento esta falta de coerência do PS que por um lado considera o orçamento empolado e por outro apresenta propostas de vários milhões para incluir”, referiu Antonino de Sousa, desafiando o partido da oposição a dizer onde ia cortar. “Dizem que executamos pouco mas foi esta maioria que iniciou a execução de orçamentos acima dos 50%”, lembrou o autarca.

Para Antonino de Sousa, este voto contra do PS é contra as medidas sociais, os compromissos com as juntas e com as políticas de atracção de investimento que o documento prevê.

“O PS no orçamento anterior deu-lhe o benefício da dúvida. Quem devia estar triste era o PS porque disse que ia investir 80 milhões de euros e isto é brincar com as famílias e as empresas. O que se exige do orçamento é realismo e seriedade”, disse o socialista Nuno Araújo na declaração em que o partido justificou o voto contra.

Os documentos previsionais foram aprovados com os votos favoráveis dos eleitos da coligação e dos presidentes de junta, o voto contra dos eleitos do PS e a abstenção dos dois eleitos do Penafiel é Top.