O PCP apesentou na Assembleia da República uma proposta de recomendação ao Governo para a reabertura da Linha de Leixões ao tráfego de passageiros, com ligação a Ermesinde e a Campanhã.

Na proposta de recomendação, o PCP defende que, a ser concretizada, dela beneficiarão os núcleos populacionais de Matosinhos, Maia, Porto, Valongo e Gondomar, trabalhadores de unidades industriais e de empresas estratégicas para a região, estudantes que frequentam o Pólo Universitário da Asprela/ S. João e em geral a população do distrito, particularmente do seu interior, servido pelas linhas do Minho e do Douro, que entroncam com a de Leixões em Ermesinde.

O serviço ferroviário permitirá a ligação com 10 linhas da STCP, com a rede de metro do Porto (Estação do Senhor de Matosinhos, Esposade, Araújo e Estádio do Dragão), com as linhas do Minho e Douro em Ermesinde e com as rodovias estruturantes do norte do País (A28, A4, A3, VRI, N13, N14).

A proposta do PCP prevê, também, alguns investimentos necessários à transformação da linha de Leixões num eixo, que classificou, de “grande importância para a melhoria da mobilidade numa vasta área do Porto e concelhos limítrofes”.

De acordo com o PCP, só a concretização da proposta na sua plenitude, dará viabilidade funcional e económica ao projeto.

Recorde-se que a linha de Leixões foi completamente reconstruída e electrificada há poucos anos, em toda a sua extensão, mantendo-se até agora desaproveitada.

Em comunicado enviado aos órgãos de comunicação social, o PCP criticou, também, a contraproposta, entretanto, apresentada pelo coordenador da mobilidade da Área Metropolitana do Porto, Marco Martins, também presidente PS da Câmara de Gondomar, segundo a qual a Linha de Leixões reabriria sem ligação a Ermesinde.

Em nota enviada ao nosso jornal, o PCP defendeu que a reabertura desta linha sem ligação a Ermesinde retiraria ao projeto “a mais importante e estratégica ligação, às linhas do Minho e do Douro, de onde se pode aceder rápida e diretamente ao Hospital de S. João, ao Polo Universitário, a variadas indústrias e outros locais de trabalho, até à costa, em Matosinhos”.

“A “contraproposta” do Sr. Marco Martins  não parece ter outro sentido que não seja o de “meter areia na engrenagem”, ou seja, tentar impedir mais uma vez, ou pelo menos dificultar e atrasar, a abertura ao público de um importante eixo de comunicações na área ocidental do Grande Porto”, refere a nota do PCP que reclamou em definitivo da linha de Leixões.

Saliente-se que reabertura da linha de Leixões ao tráfego de passageiros com ligação a Ermesinde e a Campanhã prevê a construção de uma Estação Intermodal de Passageiros em Leixões com estacionamento no terreno da APDL e interligação modal com o Metro na Estação Senhor de Matosinhos, dois novos apeadeiros na Arroteia/Leça do Balio e EFACEC, criação da Estação do Pólo Universitário da Asprela, junto ao Hospital de S. João, melhorias nos acessos nas estações de Leça do Balio, São Mamede de Infesta, S. Gemil e Ermesinde e reativação das estações de Guifões, Ponte do Carro, Gondivinho e Araújo.