Terra de campeões e vários atletas com provas dadas no ciclismo, Paredes quer continuar a apostar numa modalidade que já deu muitas alegrias e fomentar novos talentos.

A 17 e 18 de Agosto, o concelho acolhe o Campeonato Nacional de Estrada para Juniores e Cadetes, que vai atravessar várias freguesias e envolve cerca de 300 atletas, trazendo muita gente à rua, acredita Alexandre Almeida. “Não tenho dúvidas de que a população vai aderir”, disse o presidente da Câmara, na apresentação da prova.

A aposta do município ronda os 10 mil euros, o possível numa fase em que a autarquia ainda atravessa dificuldades financeiras, admite. Mas isso não quer dizer que não haja a ambição de fazer mais pela modalidade, garante. “Só não faço mais pelo ciclismo porque a Câmara tem grandes restrições financeiras, mas mal seja possível queremos apoiar mais a modalidade. Queremos mudar o paradigma em Paredes e já estamos a apostar no desporto escolar”, lembrou, falando ainda da prova de duatlo já realizada e na possibilidade de Paredes acolher provas de triatlo mal a piscina ao ar livre planeada esteja pronta, no próximo ano. “Vamos querer incentivar cada vez mais o uso da bicicleta”, sustentou, assumindo ainda que gostaria de ver novamente o nome de Paredes associado a uma equipa de ciclismo profissional. “Agora não temos condições para isso, mas gostava de ver isso acontecer no futuro”, disse.

O vereador do Desporto, também lembrou o historial do concelho na modalidade. “Paredes é uma terra que deu muitos e bons nomes ao ciclismo”, referiu Paulo Silva.

“O meu primeiro título de campeão nacional foi cá, aqui no Parque José Guilherme”, lembrou Cândido Barbosa

Na apresentação da prova, que decorreu, esta segunda-feira, no salão nobre dos paços do concelho, estiveram nomes bem conhecidos do panorama nacional do ciclismo, como Raúl Alarcon e Rui Vinhas, vencedores da Volta a Portugal, ou José Sousa, paredense que somou mais títulos nos escalões de formação a nível nacional.

Cândido Barbosa, paredense e outra glória do ciclismo português, ligado à organização da prova, falou dos contornos dos dois dias. Mas antes, falou do percurso de sucesso que iniciou no concelho. “O meu primeiro título de campeão nacional foi cá, aqui no Parque José Guilherme”, afirmou o antigo ciclista, frisando a importância destes campeonatos de juniores e cadetes, uma altura decisiva em que os jovens ciclistas têm de decidir dar o salto para sub-23 e profissionais. “É importante criar condições para que desfrutem da bicicleta”, defendeu, aludindo à prova.

No sábado, dia 17, o contra-relógio de cadetes e juniores (masculinos) e cadetes, masters 30-40-50 e juniores (femininos) tem partida e chegada agendada para o Parque da Cidade, às 15h00, num percurso de 12,7 quilómetros que será percorrido uma única vez e que passa por Madalena, Gondalães, Beire e Bitarães. Já no domingo, juniores e cadetes masculinos disputam os campeonatos de fundo, em provas com partida em Lordelo e chegada a Rebordosa, mas que atravessam quase todo o concelho. A prova de cadetes é de manhã, pelas 10h00, e tem um percurso de 75,9 quilómetros. Os juniores competem à tarde, numa prova circular com cinco voltas e 116,2 quilómetros, com arranque às 15h00.

Ciclismo é modalidade em crescimento e aposta de futuro

Estes campeonatos são organizados pela Federação Portuguesa de Ciclismo e pela Associação de Ciclismo do Porto com o apoio da Câmara de Paredes.

“Espero que esta edição prestigie os pergaminhos do ciclismo de Paredes. Será um sucesso para o concelho”, antecipou José Luís Pacheco, da Associação de Ciclismo do Porto.

“Estamos numa terra de ciclismo e de ciclistas”, reconheceu também Delmino Pereira, presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, falando da importância de formar novos campeões e atletas, promovendo o ciclismo. Quando se comemoram os 120 anos da Federação, a meta é honrar a história da modalidade, mas também traçar caminhos de futuro.

“Esta é uma modalidade em crescimento”, salientou, lembrando que a bicicleta é uma forma saudável e ecológica de mobilidade, numa altura em que 60% das crianças não saberão andar de bicicleta.

“O ciclismo é uma modalidade do território”, sustentou ainda Delmino Pereira, dizendo que este ano a Volta a Portugal conta com muito mais público na estrada, o que faz encarar o futuro com optimismo. Torna-se assim ainda mais importante esta aposta nos jovens que serão o futuro da modalidade.

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