A pandemia provocada pela COVID-19 veio cancelar a maioria dos eventos. O mesmo aconteceu com as festas em honra de Santa Eulália e São Sebastião de Sobrosa, em Paredes, que se realizavam este fim-de-semana. Mas, para não deixar a data passar em branco houve uma ideia que germinou e muitas mãos que a fizeram florir.

Esta manhã, depois de uma noite de trabalho, a principal avenida de Sobrosa acordou enfeitada com cerca de 8.000 flores de papel, tecido e plástico, produzidas pelas 25 mulheres da comissão de festas, mas também pela população e utentes da Obra de Assistência Social da Freguesia de Sobrosa.

Ao todo são cerca de 4.000 metros de fio espalhados por 400 metros de rua, sendo a decoração complementada com tecido.

Penduradas durante a noite

O projecto chama-se “Florir a Avenida de Sobrosa” e nasceu ainda durante a pandemia. Impedidas de organizar as festas, as 25 mulheres começaram a fazer máscaras sociais, mas também começaram a pensar em formas de assinalar a data. “Lançamos o desafio à população enquanto estávamos em confinamento para fazerem flores de papel, mas não dissemos para quê”, conta Liliana Barros.

A maioria das flores é feita de materiais reaproveitados, como cartão, tecido que sobrou das máscaras ou garrafas de plástico. Apesar da ajuda da população “cerca de 90%” foram feitas pelas festeiras. “Houve também quem fizesse em croché ou com pérolas e nós aceitamos tudo o que foi dado”, adianta.

Esta semana, o trabalho passou por juntar tudo e amarrar as cerca de 8.000 flores de várias cores e feitios em 4.000 metros de fio.

Durante esta noite andaram a pendurá-las para surpreender a população com um efeito semelhante ao das Festas da Flor de Campo Maior.

“Queríamos lembrar que existem as festas, dar um incentivo e ânimo às pessoas e também mostrar que continuamos a trabalhar para o próximo ano e precisamos de ajuda. Não podíamos deixar este fim-de-semana passar sem nada, em branco”, refere Liliana Barros.

A comissão de festas é composta por 25 mulheres dos 13 aos 66 anos.