Francisco Coelho da RochaDepois de Urbano Tavares Rodrigues, José Saramago, Agustina Bessa-Luís, Mia Couto, António Lobo Antunes, Mário de Carvalho, Lídia Jorge e Mário Cláudio, é a vez da escritora Alice Vieira ser homenageada no Escritaria, o festival literário de Penafiel que presta tributo à vida e obra de escritores de língua portuguesa.

Quem passar pelas ruas de Penafiel entre os dias 6 e 9 de Outubro irá encontrar uma cidade transformada na casa temporária da escritora de livros juvenis. Haverá teatro, música, exposições, conferência, encontros com a escritora, lançamento de livros e, pela primeira vez, uma feira do livro com títulos dos autores anteriormente homenageados. Para além de tudo isto, a cidade será contaminada com objectos e frases que lembrarão os mais distraídos que, por esses dias, Penafiel é a cidade de Alice Vieira.

No ano passado, depois de terminada mais uma edição do Escritaria, o escritor Mário Cláudio resumia desta forma o festival literário: “É um evento que coloca Penafiel no mapa da cultura portuguesa, da cultura mais viva”. Na verdade, o contágio que se pretendia para Penafiel estendeu-se ao país e o evento que, aparentemente, era regional rapidamente transformou-se num dos mais importantes episódios literários do país.

Numa altura em que os autarcas são tantas vezes vistos com desconfiança e desprestígio, importa recordar que o Escritaria não é, nem nunca foi, uma iniciativa do Ministério da Cultura ou de qualquer outra entidade do Governo central. O Escritaria é uma iniciativa concebida e promovida pelos autarcas de Penafiel.

É relevante reconhecer e enaltecer publicamente este tipo de acontecimentos, pois mostram-nos a face dourada do poder que contribui para o desenvolvimento das nossas parcelas de território.