Foto: Fernanda Pinto/Verdadeiro Olhar

A ministra da Saúde, Marta Temido, esteve, ontem, no Hospital Padre Américo, em Penafiel, tendo inaugurado a nova Unidade de Hemodiálise para doentes agudos, que evitará o envio dos utentes para o Hospital São João, e visitado a nova área de Consultas e Exames de Pneumologia.

Os dois investimentos, orçados em um milhão de euros, melhoram a capacidade de resposta naquele que é o segundo hospital do país com maior área de influência – 500 mil habitantes – e são uma aposta na humanização de cuidados.

Marta Temido conversou com o pessoal médico, ouviu com atenção as explicações dadas e elogiou “a equipa motivada e jovem” que apostou em trazer para hospital esta resposta na área da Nefrologia. Admitiu ainda que no Serviço Nacional de Saúde é “sempre necessário reforçar meios humanos” porque “as necessidades são sempre crescentes em saúde.

“Os investimentos que temos feito ao longo dos últimos anos, e que têm significado um reforço significativo na resposta assistencial, têm sido bem orientados para as reais necessidades da população”, salientou Carlos Alberto Silva aos jornalistas.

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O presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS), fez questão de lembrar que chegaram a ter fila de espera de três anos nas especialidades de Cardiologia e Pneumologia. “Isso era realmente um tormento, as pessoas sentiam que não tinham resposta. Mas a tutela foi sensível, fez um reforço de profissionais. A Pneumologia é uma área temos uma forte necessidade de investimento, porque estamos na zona do país com maior taxa de incidência de tuberculose”, destacou, falando da importância desta nova área agora em funcionamento.

Já a nova unidade de hemodiálise “é um investimento novo, que nunca existiu na região, e que vai permitir pela primeira vez dar resposta à população sem necessidade de ir para o Porto”. “A população a partir de agora terá resposta interna no hospital, numa proximidade maior e mais eficaz e humanizada”, defendeu o gestor hospitalar.

Carlos Alberto Silva não escondeu que o Hospital Padre Américo tem “uma grande carga e uma pressão muito grande” diária, pelo que cada um destes investimentos vai fazendo crescer “a capacidade de resposta”. Assegurou ainda que, apesar de alguns casos residuais, na Cirurgia Plástica e Ortopedia, todas as especialidades estão “praticamente resolvidas” em termos de lista de espera. “Não temos lista de espera fora dos tempos da resposta garantida quer para consulta quer para cirurgia, o que foi um avanço notável”, garantiu aos jornalistas.

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No primeiro ano é estimada a realização de 1500 sessões de diálise

As obras de alargamento permitiram que o serviço de Nefrologia pudesse criar uma unidade de diálise do Serviço Nacional de Saúde nesta região, evitando a necessidade de transferir doentes para outros hospitais.

Carlos Botelho, director do serviço de Nefrologia explica que o sonho era antigo e que o projecto começou em 2014. O Hospital “nunca tinha tido uma unidade de diálise de agudos”. “As transferências para os outros hospitais da rede de referenciação são diárias e causam alguns problemas”, reconhece o médico, acrescentando que esta solução permite ainda “humanizar cuidados”. “É mais fácil fazer tratamentos no hospital da área de referência até pelo conforto”, frisa.

Foi-se construindo uma equipa, “jovem, motivada e resiliente”, o conselho de administração apoiou a ideia e agora criaram-se as infra-estruturas para esta “urgência”. A equipa tem para já seis médicos nefrologistas, mas a meta é crescer.

Actualmente, esta unidade tem a capacidade instalada de cinco máquinas de hemodiálise na sala de doentes negativos e uma para doentes positivos. Funcionará de segunda a sexta-feira e, no primeiro ano, e com a capacidade de meios humanos e físicos existentes, a estimativa é de que sejam realizadas 1500 sessões de diálise.

Foto: Fernanda Pinto/Verdadeiro Olhar

Esta unidade, que começa a funcionar a 22 de Novembro, vai servir “o doente que vem à urgência e precisa de hemodiálise porque não sabia que tinha doença renal crónica e de repente foi diagnosticado, o doente acompanhado na consulta que chegou ao final da sua doença renal crónica e precisa de iniciar diálise, o doente que por algum motivo crítico nos cuidados intensivos ou noutra enfermaria ficou com doença renal e precisa de ser transferido de hospital e vai passar a ser tratado aqui”, explicou Carlos Botelho.

Já a ampliação da área dedicada à Pneumologia trouxe melhorias aos dois sectores técnicos mais importantes: a Unidade de Broncologia e Técnicas, com mais garantias de controlo de infecção, e a Unidade de Função Respiratória, que passou a ter mais salas e equipamentos, permitindo melhorar as condições de apoio aos insuficientes respiratórios e ainda a criação de dois quartos para Estudo do Sono.