Até meados de Setembro, a Serra de Santa Justa, em Valongo, terá novamente a vigilância assegurada por 12 jovens que irão patrulhar a cavalo as encostas duas vezes por dia. O objectivo é detectar rapidamente incêndios, evitando a sua propagação. “Tudo o que aumente a capacidade de vigilância é muito importante”, sublinhou o presidente da Câmara de Valongo, José Manuel Ribeiro, no arranque oficial da iniciativa.

José Manuel Ribeiro deu o exemplo e na primeira saída da patrulha montou a cavalo e aventurou-se pelos caminhos das Serras do Porto juntamente com os jovens que já estão habituados a seguir os trilhos e observar atentamente a extensa área florestal que envolve o concelho de Valongo. Uma delas é Beatriz Costa. Com 13 anos, Beatriz passa estes dias no Centro Hípico de Valongo, com quem a autarquia tem protocolada a colaboração para a vigiância a cavalo. Hoje, Beatriz Costa saiu com a égua Gayanne, também ela uma profissional na colaboração com a Protecção Civil. A jovem explica que a vigilância é mais do que andar a cavalo na serra. “É parar em todos os pontos e observar atentamente”, diz, sublinhando que “ao mais pequeno sinal de fumo temos de avisar”.

“Sejam mais cuidadosos e pensem mais no meio ambiente”  

Beatriz Costa
Beatriz Costa

Cada cavaleiro leva consigo binóculos e a equipa está munida de um telemóvel, de forma a poder contactar a GNR, a Protecção Civil Municipal e os bombeiros. Há cinco anos no Centro Hípico de Valongo, tantos quantos tem a vigilância a cavalo na serra, Beatriz Costa facilmente descreve a sua participação: “é uma experiência única”. Para os utilizadores da Serra de Santa Justa, Beatriz Costa deixa um conselho e um apelo: “Sejam mais cuidadosos e pensem mais no meio ambiente”.  O orgulho de colaborar com a Protecção Civil está bem patente nas acções destes jovens. Até do elemento mais novo da equipa. João Brandão tem sete anos e este é já o terceiro ano que faz patrulha na serra.

João Brandão

No alto do seu cavalo, de seu nome Simba, João demonstra muito entusiasmo por participar nas patrulhas. Para além de adorar andar a cavalo, João gosta de colaborar na protecção da Serra de Santa Justa. Miguel Brandão, proprietário do Centro Hípico de Valongo, destaca a importância do projecto na consciencialização e responsabilização dos mais novos para a defesa do meio-ambiente.

“Tudo o que aumente a capacidade de vigilância é muito importante”

vigilância a cavalo

O presidente da Câmara de Valongo destacou que se trata de uma “zona muito sensível, muito importante e de grande risco no Verão”, salientando que todos os dias o concelho está num nível muito elevado de risco de incêndio. Pelo que, “tudo o que aumente a capacidade de vigilância é muito importante”. De destacar que a área florestal tem mais de quatro mil hectares de terreno e o risco de incêndio é muito elevado devido à proximidade com a zona urbana, pelo que a aposta na vigilância e prevenção é fundamental na defesa da floresta contra incêndios. “Temos de fazer cada vez mais”, disse, sublinhando que para além da vigilância a cavalo, é feito muito trabalho para salvaguardar o património natural do concelho. De referir que estão também no terreno as equipas dos Sapadores Florestais e outros meios coordenados pelos Serviços Municipais de Protecção Civil e Protecção da Floresta. Para além disso, há um posto fixo de vigia no chamado Vale da Tranquilidade, na Serra de Santa Justa, bem como vigia móvel, motorizada que abrange também Sobrado, Campo e Alfena.