Lembra-se do slogan “Marco Bellini é que sabe”? Parece que em Penafiel também há quem saiba da arte de fazer uma boa pizza. Flávio Ribeiro, “pizzaiolo” do Ao Forno, acaba de conquistar o terceiro lugar do II Campeonato Português de Pizza. A competição aconteceu, esta segunda-feira, no Porto, e contou com 26 participantes.

A pizza confeccionada, considerada uma das mais saborosas do país, recebeu o nome de “Pizza de Bronze” e já integra o menu do restaurante penafidelense.

 

Sentir-se pequenino entre os melhores

Flávio Ribeiro foi para a competição nervoso e sem grandes expectativas. Em prova estavam “pizzaiolos”, também conhecidos como pizzeiros (profissionais que se dedicam à confecção da pizza), com muito mais experiência. Mas isso não impediu que o jovem de 24 anos, natural de Lousada, trouxesse para casa um dos troféus da competição.

Há dois anos que Flávio se juntou à equipa do Ao Forno, mas leva já nove anos de experiência no mundo da restauração. Quando optou por deixar os estudos escolheu trabalhar na área. Foi aprendendo com as pessoas com quem se cruzou no mundo profissional. O mesmo se passou com a arte de fazer uma pizza. Tomou-lhe o gosto e o esforço e dedicação fizeram o resto. A única formação que fez foi para aprender a trabalhar com fornos a lenha.

No ano passado a pizzaria foi convidada para assistir ao primeiro Campeonato Português de Pizza. Flávio foi e gostou do que viu. Este ano, com o apoio do proprietário do restaurante em que trabalha, resolveu participar pela primeira vez.

Preparou-se durante um mês. Aprendeu a esticar a massa à mão e foi recolhendo ideias e conselhos.

 

“Não esperava chegar ao pódio”

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Quando chegou à competição sentiu-se “pequenino”. “Estava lá um participante com 60 anos que toda a vida fez pizzas”, dá como exemplo. Ainda assim todos foram muito acolhedores, salienta. Em prova estiveram 26 pizzaiolos de todo o país.

Não esconde que estava nervoso, mas diz que foi tentando encarar a situação como um “encontro de amigos”. “Nunca a encarei como uma competição, até porque não esperava chegar ao pódio”, conta.

Chegou às 15h00, mas teve que esperar até às 20h00 pela sua vez de meter a pizza no forno. Completou a prova em cerca de seis minutos e depois sujeitou-se à apreciação do júri, composto pelos chefs Augusto Gemelli, José Avillez, Leone Coppola, Marco Gomes e Pedro Lemos.

A avaliação foi boa. “Uma das frases que guardei foi que, até àquela hora, a minha pizza era a melhor do concurso. E eu era o 22.º concorrente”, realça Flávio Ribeiro. “Eles gostaram da minha massa. Cometi um erro por não a ter deixado cozer mais um bocadinho, mas não conhecia o forno e não queria deixar queimar a pizza”, acrescenta. “Quando cheguei cá fora disse ao meu patrão ‘tenho um lugar no pódio’”, lembra. O pressentimento cumpriu-se.

Estavam a concurso duas categorias: a de Paladar e a de Beleza. Flávio Ribeiro chegou ao pódio na primeira categoria, ficando em terceiro lugar no II Campeonato Português de Pizza.  A melhor pizza do país foi confeccionada por Paulino Queiroz, de Viana do Castelo; a mais bonita por Fernando Almeida, de Arcos de Valdevez.

“A experiência foi excelente. Dei o meu melhor e estou orgulhoso de mim”, confessa o jovem, prometendo voltar à competição no próximo ano. “Ficar no pódio a primeira vez que concorri era a melhor prenda que me podiam dar. Estar entre os três melhores é fantástico”, refere.

Na próxima edição do campeonato vão estar em prova 50 concorrentes. Flávio promete passar o ano a preparar-se para conseguir um bom resultado. O Campeonato Português de Pizza é organizado por Antonio Mezzero, um dos mais conhecidos pizzaiolos do país.

 

Prepara até 180 pizzas por dia

A pizza vencedora deste campeonato, cujos ingredientes são rúcula, tomate seco, presunto e cogumelos, já consta do menu do Ao Forno. Chama-se “Pizza de Bronze”.

No dia a seguir à competição os clientes já puderam degustar a pizza. E gostaram, garante Flávio. “Acredito que isto vai trazer mais gente à casa”, disse.

O jovem pizzeiro faz entre 100 a 180 pizzas por dia. A sua preferida é a “Pizza Patrão”. Na lista há 26 diferentes.

“Aqui à volta há pouca gente a trabalhar com forno a lenha e isso influencia a qualidade da massa. Não trocava o forno a lenha por cem fornos eléctricos, embora dê muito trabalho manter a temperatura”, confessa o lousadense.