Os Bombeiros Voluntários de Freamunde têm um novo comandante. José Domingos, até agora 2.º comandante da corporação, toma oficialmente posse este sábado, durante as cerimónias que assinalam o 87.º aniversário da associação humanitária.

Nos bombeiros há 27 anos, o freamundense garante que ser comandante nunca foi uma ambição. “Aceitei pelo sentido de dever, pelo apelo da direcção e por acreditar que é vontade do corpo de bombeiros. Nunca tive ambição de nada neste corpo de bombeiros a não ser servir. Se houvesse alguém com perfil para assumir as funções eu teria aceitado”, afirma José Domingos.

O novo comandante quer manter o mesmo nível operacional do corpo de bombeiros e ver concluída a segunda fase de ampliação do quartel.

Foto: Fernanda Pinto/Verdadeiro Olhar

Está nos bombeiros há 27 anos

Nascido e criado em Freamunde, José Domingos, hoje com 53 anos, vive em Sousela, Lousada. “A 20 metros de Freamunde. E só lá vou dormir”, brinca. É profissional da área de seguros e trabalha em Braga.

Entrou para a estrutura de comando dos Bombeiros Voluntários de Freamunde em 1990, mas já estava ligado á corporação desde 1986. Nessa altura tratava da secretaria do comando. “A direcção da altura pediu-me, porque trabalhava num escritório de contabilidade, para ajudar na parte administrativa do comando”, recorda.

Foto: Fernanda Pinto/Verdadeiro Olhar

Quando Mendonça Pinto se tornou comandante foi convidado para ser adjunto do comando. Aceitou e, anos mais tarde, passaria a 2.º comandante.

“O bicho meteu-se cá dentro”, confessa José Domingos. A vontade de ajudar o próximo e de servir manteve-o na corporação. “Sabe bem quando ajudamos alguém, sentimo-nos bem connosco próprios. Além disso, tenho uma vida profissional agitada e, às vezes, isto funciona como um escape, uma forma de aliviar o stress profissional, apesar de dar trabalho e muitas preocupações”, confessa.

Na altura em que foi preciso encontrar um substituto para Mendonça Pinto, que atingiu a idade da reforma, a direcção endereçou-lhe o convite para ser comandante. “Ponderei bastante, não por achar que não estivesse à altura, mas devido à minha vida profissional intensa”, refere o freamundense.

Voltou a aceitar o desafio. “O meu propósito é garantir o mesmo nível de serviço e prontidão do corpo de bombeiros” que existia até agora, salienta.

Conclusão da segunda fase de ampliação do quartel é objectivo

Falando sobre os projectos para a corporação, o novo comandante avança que, internamente, quer manter a operacionalidade do corpo de bombeiros e o bem-estar e motivação de todos. Depois, em termos materiais vai procurar que a direcção avance para a segunda fase de ampliação do quartel, já que, com a primeira ampliação, o quartel ganhou camaratas e parque de viaturas mas perdeu a casa escola e as oficinas. No terreno atrás do quartel deverá avançar a construção das oficinas, da estação de serviço, da arrecadação de material, da lavandaria, do parque de viaturas museu e de uma nova casa escola e espaço de parada.

“Em termos de equipamento estamos suficientemente bem equipados. Temos todo o equipamento essencial para a nossa missão”, referiu José Domingos sobre o parque de viaturas.

Em termos humanos, quando terminar uma recruta, com 21 elementos, o corpo activo ficará com cerca de 110 elementos. “Todos os anos temos tido uma nova recruta para ir renovando o corpo de bombeiros e porque é preciso ir preenchendo as saídas”, explica o novo comandante. Há cada vez mais mulheres e licenciados nos bombeiros, mas é também cada vez mais difícil que esses elementos fiquem na corporação durante muitos anos, devido a exigências pessoais e profissionais.

Por isso, José Domingos apela a todos os que queiram ajudar e sintam o bichinho do voluntariado para que se juntem aos bombeiros. “Pode-se ser bombeiro até aos 45 anos. Todos são bem-vindos e necessários”, realça. “Quantos mais formos menos esforço será exigido a cada um e melhor serviremos a população”, acredita.

Foto: Fernanda Pinto/Verdadeiro Olhar