O vereador do PSD, Joaquim Pinto, vai avançar com uma queixa-crime contra o presidente da Câmara Municipal de Paços de Ferreira, Humberto Brito, por “injúria e difamação”.

Em causa estão afirmações de Humberto Brito na sua página de Facebook, afirmando que “o vereador Joaquim Pinto está a ser investigado pela Policia Judiciária por actos praticados no seu mandato enquanto vereador no ano de 2006”.

De seguida, também na página pessoal de Facebook, Joaquim Pinto afirmou: “Já estamos habituados ao estilo. Mas agora bateu na porta errada. Segunda-feira será entregue no tribunal um processo criminal por injúria e difamação contra o Presidente da Câmara Municipal Dr. Humberto Brito”.

De acordo com o JN, depois isto, Humberto Brito terá tornado também público um email atribuído à Directoria do Norte da Polícia Judiciária, adiantando que está em curso uma averiguação preventiva “destinada a averiguar indícios da prática do eventual crime de participação económica em negócio, relacionado com os processos de reequilíbrio económico-financeiro da concessão e/ou de revisão contratual relativos ao Contrato de Concessão de Exploração e Gestão dos Sistemas de Abastecimento de Água para Consumo Público e de recolha, tratamento e rejeição de efluentes do Concelho de Paços de Ferreira (vulgo PPP Águas), celebrado entre esse Município e a empresa AGS Paços de Ferreira SA, em 30-06-2004”.

“Quem não deve não teme. Não sou eu que vou ter de responder… não era eu o vereador do Ambiente em 2006”, sustentou Humberto Brito, no Facebook, cita o JN.

Recorde-se que tudo começou com uma troca de acusações sobre a falta de segurança na rede viária do concelho e sobre o número de acidentes e atropelamentos verificados em Paços de Ferreira.

Na semana passada, o PSD emitiu um comunicado dizendo que em 2017, o concelho de Paços de Ferreira foi palco de mais de 400 acidentes rodoviários, com 16 a resultarem em atropelamento de peões e a causar um morto, dois feridos graves e 22 feridos ligeiros. Em 2018, afirmou o partido tendo por base “fontes oficiais”, já aconteceram mais de 100 acidentes nas estradas pacenses, com oito deles a envolver o atropelamento de peões e a ter como resultado um ferido grave e oito ligeiros. O PSD criticou ainda o “alheamento” da maioria socialista para estas questões e acusava o executivo de ter feito apenas requalificações “eleitoralistas” nas estradas.

Em resposta, o executivo socialista liderado por Humberto Brito emitiu também um comunicado em que lamentava “a esquizofrenia política dos dirigentes locais do PSD de Paços de Ferreira, no reiterado aproveitamento de tragédias com um único propósito: atingir, desacreditar e ferir a honorabilidade, o trabalho sério e competente, de Humberto Brito e do executivo” e em que acusava Joaquim Pinto de “falta de pudor político, falta de vergonha e irresponsabilidade”. Os socialistas lembravam ainda que, recentemente, dirigentes do PSD tiveram “o despudor de se aproveitar de um acidente rodoviário, onde lamentavelmente faleceu uma pessoa” e que, noutra ocasião, se “associaram a meia dúzia de revanchistas, defendendo a extinção de lombas em local propício a acidentes graves, numa freguesia de Paços de Ferreira”, numa posição contrária à que agora defendem, só com o intuito de atacar o executivo municipal. Por fim, acusavam o PSD de ser responsável pela “rede viária terceiro-mundista, esburacada, perigosa, intransitável em muitos sítios” do concelho, e lembravam que o PS já requalificou 80 quilómetros de estradas nos últimos anos.