A versão final do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) do Governo, já negociado com Bruxelas, mantém seis investimentos encarados como estratégicos para a coesão e competitividade da região do Tâmega e Sousa, entre eles o IC35, que vai ligar Penafiel a Entre-os-Rios como alternativa à EN106.

Todas as obras terão financiamento a 100% e devem estar concluídas até 2026, congratularam-se os autarcas da região, em conferência de imprensa realizada, hoje, em Penafiel.

“A concretização destes projectos, apresentados na versão final do PRR, irá assegurar a melhoria das acessibilidades na região do Tâmega e Sousa, permitir a redução do tempo de percurso nas áreas urbanas, desenvolver as condições de mobilidade, potenciando desta forma o crescimento económico e a criação de emprego na região”, defendeu Gonçalo Rocha, presidente do conselho intermunicipal da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Tâmega e Sousa e também autarca de Castelo de Paiva.

“Não tenho dúvidas de que teremos o IC35 até 2026”

Em causa estão várias obras há muito reivindicadas e ansiadas pelos autarcas e pela população e que foram sendo adiadas. São elas o IC35 Penafiel (EN15)/Rans, empreitada a consignar em 2021; o IC35 Rans/Entre-os-Rios (projecto de execução a lançar em 2021); a ligação de Baião à Ponte da Ermida (projecto de execução a lançar em 2021); a variante à EN211 – Quintã/Mesquinhata (projecto em execução); a Via do Tâmega – Variante à EN210 (Celorico de Basto), empreitada a lançar em 2021; a ligação da Zona Industrial de Cabeça de Porca (Felgueiras) à A11 (projecto em execução); e a melhoria das acessibilidades à área de localização empresarial de Lavagueiras (Castelo de Paiva), cujo projecto também está em execução.

“São investimentos ansiados há décadas. Este plano, a executar até 2026, será um acelerador. Houve redução de 25% em relação à primeira versão do PRR, mas todos os investimentos desta região estão no plano final”, disse Gonçalo Rocha.

“São muitos os investimentos, não há valores definidos, mas estamos a falar de milhões de euros que vêm para o território. É um acelerador que vai permitir maior coesão territorial e será um factor de competitividade para a nossa economia e empresas e que vai ser gerador de emprego”, sustentou o edil, classificando este como um “momento histórico”.

Agora, argumentou o actual líder do conselho intermunicipal da CIM, “pede-se ao país e às diversas entidades que se mobilizem para que todos estes investimentos sejam cumpridos”. “O dinheiro está cá e o financiamento será a 100%. Os horizontes temporais estão balizados: 2026. Esta é a grande oportunidade que temos para ter estes investimentos no território. Neste momento só por incompetência do país não se cumprirá o objectivo. E ninguém perdoaria se estes investimentos não forem concretizados”, afirmou Gonçalo Rocha.

No caso do IC35, a obra avançará em duas fases, sendo que a obra do primeiro troço, Penafiel/Rans, deve ser consignada ainda este ano. A par disso, vai avançar o projecto de execução do troço Rans/Entre-os-Rios. “Esta é uma oportunidade que o país não se pode dar ao luxo de desperdiçar, é preciso por mãos à obra. Se forem concretizados estes projectos vão significar um salto de desenvolvimento para o território. Os principais problemas de acessibilidades ficarão ultrapassados”, disse o presidente da Câmara de Penafiel, Antonino de Sousa, considerando o PRR um “documento de esperança” e um “compromisso”.

“Não tenho dúvidas de que teremos o IC35 até 2026. Compreendo o que as pessoas sentem porque já foram enganadas muitas vezes. Mas agora há financiamento a 100% e não há razão alguma para não se concretizar”, concluiu Gonçalo Rocha.