O serviço de Hospitalização Domiciliária do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) foi reforçado e tem agora duas equipas com viaturas no terreno, com o objectivo de acompanhar ainda mais doentes.

Desde que foi criada, em Abril de 2019, a Unidade já tratou quase 500 utentes internados em ambiente familiar, uma “alternativa ao internamento convencional que permite aos doentes recuperar de uma doença aguda em casa, recebendo cuidados hospitalares”. A meta é continuar a expandir o serviço que dá mais conforto e segurança ao doente e o faz estar menos exposto a infecções hospitalares.

“Actualmente, e por força das limitações da Covid, o número de doentes acompanhados não está ainda optimizado, tendo sido de 150 em 2021. Prevê-se que em 2022 venham a ser 300”, avança o presidente do conselho de administração do CHTS, Carlos Alberto Silva.

Menos camas do hospital ocupadas e mais conforto e segurança para os doentes

Segundo Carlos Alberto Silva, este serviço “representa a tendência moderna de acompanhamento de uma boa parte dos doentes internados”. “Há países em que este caminho já se iniciou há vários anos e em Portugal tem vindo também recentemente a aumentar a sua implementação”, descreve, afirmando que o caminho será de expansão, como aconteceu, por exemplo, com as cirurgias de ambulatório.

“A receptividade dos doentes e familiares que já tiveram oportunidade de usufruir deste serviço é excelente, sendo muito grande o incentivo para se aumentar, à medida que for havendo disponibilidade de profissionais para o efeito”, atesta, apresentando vantagens: “libertam-se camas hospitalares, com as consequentes melhorias de comodidade para os doentes e familiares que, desse modo, mantêm o seu acompanhamento no ambiente familiar”.  

Com este reforço, o projecto passou a contar com quatro médicos e seis enfermeiros, “havendo a perspectiva de se poder alargar mais no futuro”.

Lindora Pires, médica coordenadora da Unidade de Hospitalização Domiciliária, lembra que existem critérios para usufruir deste serviço, sendo que este modelo de internamento tem sempre que ser aceite pelo doente e pela família.

A vantagem é que sejam cuidados em cada, junto da família e amigos, estando simultaneamente, menos expostos a infecções hospitalares. O doente internado tem médico e enfermeiro em presença física, todos os dias, e contactáveis 24 horas por dia.

A Hospitalização Domiciliária é disponibilizada no Hospital Padre Américo, abrangendo os ACES – Vale do Sousa Norte e Sul, num raio de 15 quilómetros de distância do hospital mas tem ido mais longe, reconhece. “Vamos a algumas zonas de Amarante, desde que não demore mais de 30 minutos a chegar lá e dependendo das patologias do doente. Temos de conseguir responder ao doente com segurança”, adverte Lindora Pires.

O serviço é um “sucesso”, reconhece a médica coordenadora. “Nestes quase três anos temos quase 500 doentes tratados”, adianta. “Com estas duas equipas conseguimos chegar aos 10 doentes em simultâneo, vamos vendo se paulatinamente conseguimos chegar aos 20”, refere, admitindo que essa era a meta e que a principal condicionante são os tempos de deslocação nesta região.

As equipas contam com médicos, enfermeiros, farmacêutico, assistente social, auxiliar de acção médica e administrativa. Todas as manhãs há uma reunião com discussão da situação dos doentes. Depois as equipas de médicos e enfermeiros vão ao terreno fazer avaliação. À tarde normalmente os enfermeiros regressam para uma segunda visita, normalmente para administrar medicação. Ao final da tarde há novo telefonema para avaliar a evolução do doente. “Eles podem sempre contactar-nos 24 horas por dia e se houver necessidade vai-se ao local ver o doente”, explica a coordenadora da Unidade de Hospitalização Domiciliária.  

“Temos uma taxa de satisfação de 100% e isso para mim é um orgulho”, admite.