A Gespaços – Gestão de Equipamentos Municipais, E.M., S.A., a empresa municipal que gere os equipamentos desportivos no concelho de Paços Ferreira, custou aos cofres do município, nos últimos dois anos, mais 850 mil euros do que no mandato do anterior executivo. É isso que consta no Relatório e Contas da empresa que será dado a conhecer hoje aos vereadores da oposição e a que o VERDADEIRO OLHAR teve acesso.

No passado dia 8 de Abril, a empresa municipal enviou para vários jornais uma nota de imprensa em que afirmava que a “Gespaços reduz o passivo em 700 mil euros”. A mesma nota refere ainda que “os resultados positivos obtidos são resultado também do grau de exigência, rigor e eficiência que o executivo da Câmara Municipal de Paços de Ferreira, presidido por Humberto Brito, impõe em todas as entidades por si participadas”.

Ora, os números das contas oficiais parecem indicar precisamente o contrário. Em 2013, ainda sob a gestão do PSD, o município transferiu para a empresa municipal, a título de indemnizações compensatórias, €780.281. Em 2014, já na gestão de Humberto Brito, esse valor passou para €1.052.253, mais €271.971 do que no ano anterior, e em 2015 a Câmara Municipal entregou à Gespaços €1.355.250, quase 600 mil euros mais do que em 2013. No total, em apenas dois anos, o município aumentou o valor das indemnizações compensatórias em €846.940.

 

Gespaços gasta mais com menos actividade

Se até 2014 a actividade do Clube de Natação e Pólo Aquático eram uma despesa para a empresa municipal, com a autonomização do clube, este deixou de estar sob a competência da Gespaços. O mesmo sucedeu com várias turmas da Escola de Natação, que reduziram em grande parte as suas actividades nas Piscinas Municipais. Apesar de ter visto diminuída a sua actividade, a Gespaços passou a gastar mais.

 

Número de funcionários aumentou em 40 por cento

O Relatório e Contas revela ainda que as receitas da empresa municipal caíram em mais de 20 por cento. Este valor poderá estar relacionado com a decisão do executivo socialista de reduzir em 25 por cento os preços praticados com o objectivo de atrair mais utentes. Como se prova nas contas, a receita baixou quase na mesma proporção da redução de preços, o que indicia que não houve um grande aumento do número de utentes. Esta redução provocou, nos últimos dois anos, uma quebra na receita no valor de €146.277.

Com menos actividade e menos receita, a empresa aumentou em 40 por cento o número de funcionários e os gastos com o pessoal. Em 2013, estes gastos foram de €717.079, em 2014 subiram para €775.197 e no último ano chegaram aos €864.001. O número de funcionários passou de 57 em 2013 para 80 em 2015.