Foto: Nuno Serra

A nova ETAR de Arreigada, em Paços de Ferreira, está actualmente a funcionar a 25%, mas ficará a 100% em Outubro, adiantou, hoje, o ministro do Ambiente e da Acção Climática, em Paredes. A obra é há muito reivindicada pela população que se queixa de descargas frequentes no rio, gerando maus-cheiros.

Segundo João Pedro Matos Fernandes, este era um dos quatro grandes problemas ambientais de natureza hídrica com impacto na Área Metropolitana do Porto que o Governo está a resolver com cerca de 30 milhões de euros de investimento. “A ETAR de Matosinhos, que já está feita, a ETAR de Meiral e a recuperação das margens do rio Tinto, está resolvido, a ETAR de Campo, em Valongo, está em obra e terá conclusão dentro de um ano, e a ETAR de Arreigada, em Paços de Ferreira, um problema que sobra sobretudo para Paredes”, referiu.

“Percebo bem a preocupação e irritação das pessoas e não consigo sequer pedir paciência, porque não se pede paciência para uma situação destas. Mas o problema está a chegar ao fim. Antes do final de Outubro a ETAR que está a funcionar a 25% estará a funcionar a 100%. E com isso haverá uma grande melhoria para o Rio Ferreira e para os rios onde aflui e depois a possibilidade de intervirmos nas margens”, sustentou o governante que tinha já ouvido os apelos do presidente da Câmara de Paredes.

Alexandre Almeida concordou que a obra em Arreigada “vai resolver um problema gravíssimo” no Rio Ferreira, mas lembrou que agora é preciso a salvaguarda e limpeza do curso de água. “Temos tido conversas com a Agência Portuguesa do Ambiente e há abertura para a recuperação das margens danificadas e retirar de lá um adutor que está inutilizado”, disse.

O autarca frisou ainda os “crimes ambientais” de que o Rio Sousa tem sido alvo no concelho. “Apelamos a que nos ajude a aumentar a fiscalização para que, o mais rapidamente possível, se detetem os infractores e se ponha cobro a esses atentados”, afirmou.

O ministro respondeu que há possibilidade de intervenção ao nível dos recursos hídricos.

Foto: Arquivo

“Em consequência dos gravíssimos incêndios de 2017, em conjunto com 64 autarquias mais afectadas pelos fogos reabilitamos 1000 quilómetros de rios e ribeiras do país. Já foram assinados mais 18 acordos para mais cerca de 100 quilómetros e queremos chegar aos 5000 quilómetros no final do próximo quadro comunitário de apoio. Haja projecto e haverá dinheiro”, garantiu Matos Fernandes, falando em métodos de engenharia natural sem recurso ao betão.

“Para rios como o Ferreira, como o Sousa e como o Ave está aberta uma janela de oportunidade para fazer intervenções fundamentais para o escoamento das águas, fundamentais como linhas corta fogo e para espaços de fruição. Vai haver disponibilidade financeira para os financiar nos próximos anos”, adiantou.