O ano que agora terminou pôs à prova as muitas empresas existentes no território, desde as mais pequenas às de maior dimensão. Mas também trouxe ao de cima a sua capacidade de resiliência e de adaptação e a vontade de tentarem apoiar não só os trabalhadores e as suas famílias, mas também a comunidade.
Um desses exemplos é o da Antarte. Em 2020, a empresa de mobiliário de Rebordosa, Paredes, num gesto de responsabilidade social, doou cem camas ao município do Crato para apoiar a vila alentejana a equipar o Centro de Acolhimento Municipal que ia ajudar no combate à pandemia Covid-19.
Numa outra acção, que arrancou em 2019, mas se prolongou no ano passado, a empresa lançou o projecto de responsabilidade social “Decorar para Humanizar”, apadrinhado por José Ramos-Horta, Prémio Nobel da Paz, que tem como principal objectivo ajudar a decorar algumas das salas do Centro Materno Infantil do Hospital de Santo António. Para assinalar os 15 anos do Cabide-Árvore, uma das peças mais emblemáticas da Antarte, a empresa de mobiliário desafiou 15 designers, artistas plásticos e figuras públicas para trabalhar as peças, para posteriormente serem expostas e leiloadas, revertendo a totalidade do valor para a recuperação das salas. A remodelação está orçada em 70 mil euros.
Univerplast, empresa de Lousada
Quando a pandemia chegou, muitas empresas viram-se sem encomendas ou matérias-primas e obrigadas a entrar em lay-off para não despedir trabalhadores. Algumas tiveram mesmo de o fazer. Outras foram procurando nas dificuldades as oportunidades e adaptando a sua produção às necessidades existentes. Foram muitas as empresas da região que passaram a produzir máscaras ou outros equipamentos têxteis, entre outros.
Um desses exemplos foi o da Univerplast, uma empresa especializada em injecção de plástico, mais concretamente em cabides, sediada em Lousada, que, para ajudar o país, e sobretudo os profissionais de saúde, numa altura em que tudo faltava, decidiu readaptar-se e produzir viseiras médicas, numa capacidade de 12 mil por dia. “Como somos uma empresa com mais de três décadas de existência e com perfeita implantação no mercado nacional e internacional, temos também uma responsabilidade social inerente e muito vincada, e decidimos não ficarmos alheios a tudo o que se estava a passar”, justificaram na altura. Empregam quase 40 pessoas e têm laboração contínua.
A LORD e A CELER, Paredes
São cooperativas, é certo, mas funcionam como autênticas empresas e, confrontadas com a pandemia, tanto a Cooperativa de Electrificação A LORD, que serve Lordelo, como a A Celer – Cooperativa de Electrificação de Rebordosa, procuraram auxiliar a população, comércio e indústria da comunidade em que se inserem.
A primeira a anunciar uma redução extraordinária das tarifas de energia eléctrica foi a A Celer. Foi aplicada uma redução de tarifas de energia eléctrica aos cidadãos mais vulneráveis de Rebordosa, cujo tarifário é o do mercado regulado e a tarifa social, seguindo as orientações da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos; uma redução de 2,8% de tarifas de energia eléctrica aos restantes cidadãos e empresas de Rebordosa, cujo tarifário é do mercado liberalizado; e aplicadas as recomendações da ERSE, relativamente às regras excepcionais relativas ao prazo de interrupção e regras excepcionais relativas ao pagamento.
Já a A LORD deu descontos de 12% nas tarifas de energia das facturas de electricidade dos meses de Abril, Maio e Junho, aplicando as recomendações da ERSE que suspendiam o corte de energia, a cobrança de juros de mora e alargavam os prazos de pagamento. Foi ainda dada a hipótese à população de pagamento de facturas em atraso a prestações. A par disso, a Cooperativa, reforçou o apoio para o banco alimentar do projecto “Lordelo Solidário”, assim como apoiar várias instituições da freguesia.
Recorde-se que ambas as cooperativas já costumam investir parte dos lucros em prol das cidades de Lordelo e Rebordosa.
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