O vereador do Ambiente da Câmara de Lousada, Manuel Nunes, revelou ao Verdadeiro Olhar que o ano 2020, que foi declarado pela autarquia como Ano Municipal da Acção Climática, será marcado pela implementação de várias actividades e pela aposta na descarbonização e desplastificação, dando continuidade ao trabalho que vem sendo desenvolvido.

“A agenda ambiental do concelho já está muito preenchida, com actividades abertas ao público com regularidade praticamente semanal (Casa das Videiras, BioLousada, conferências, etc.), portanto essa programação será mantida, e até alargada com mais iniciativas, continuando-se a garantir o seu elevado nível de qualidade. O Ano Municipal ainda não arrancou e algumas novidades já estão no terreno, designadamente ao nível da mobilidade sustentável. Já foi instalado um posto de carregamento para veículos eléctricos e já está em curso o programa de bike sharing CORNÉLIAS, para promoção do uso da bicicleta eléctrica e de uma cultura de partilha. Aliás a descarbonização e desplastificação serão temas estruturantes da acção municipal com inúmeras acções dedicadas”, disse, salientando que outra novidade serão os programas de envolvimento social, que agora irão agregar os munícipes mais velhos num programa de valorização da terceira idade, envelhecimento activo e fomento do voluntariado ambiental numa lógica de co-aprendizagem intergeracional.

“2020 será ainda o ano de reabertura ao público da Mata de Vilar, com um centro de acolhimento e informação do visitante, sinalética, trilhos e materiais informativos disponíveis, agregados num programa educativo integrador. Haverá ainda a instauração da Área Protegida do Sousa Superior, que talvez seja a grande meta para este ano municipal. Este processo encontra-se ainda em tramitação técnica e burocrática, sendo dossiers que demoram muito tempo a preparar, por forma a serem devidamente enquadrados em todos os normativos vigentes. Mais actividades e surpresas ocorrerão ao longo do ano, e a comunidade será, como sempre, devidamente informada e chamada a colaborar”, adiantou, justificando a decisão do executivo municipal de declarar 2020 como Ano Municipal da Acção Climática como corolário, em jeito de declaração pública, do comprometimento com a acção ambiental e a sustentabilidade.

“No fundo, a agenda de trabalhos seria a mesma com ou sem ‘Ano Municipal’, porém, pretende-se assim fazer chegar a um maior número de pessoas a mensagem de que é urgente a acção climática. Pretende-se envolver o maior número possível de cidadãos e entidades numa acção conjunta para a real alteração de comportamentos, e prol do ambiente”, acrescentou, sustentando que os temas de cada Ano Municipal são decididos e acolhidos por todo o executivo.

Foto: Fernanda Pinto/Verdadeiro Olhar

Falando dos actores foram convidados para participar no Ano Municipal para a Acção Climática, Manuel Nunes esclareceu que foram convidados desde entidades públicas e privadas, movimentos, escolas, colectividades e vários  parceiros.

“Já se torna difícil de enumerar, porque, no fundo, tentamos sempre envolver o máximo de pessoas e entidades e já estamos a colaborar com entidades públicas e privadas, com ou sem fins lucrativos, movimentos cívicos formalmente organizados ou não, escolas, colectividades, todos os partidos políticos com representação regional, etc. Cremos que ninguém tenha ficado de fora dos apelos sucessivamente feitos”, afirmou.

“No ano de 2020, a grande novidade ocorrerá ao nível do combate ao plástico de uso único. Com apoio das Águas Douro e Paiva será iniciado um projecto pioneiro que em breve será apresentado publicamente”

Referindo-se aos estabelecimentos de ensino, o responsável pelo Ambiente da Câmara de Lousada declarou que está previsto o envolvimento das escolas e estabelecimentos de ensino do concelho.

“Relembro que a comunidade escolar já está envolvida aos mais diversos níveis, com, por exemplo:- no programa BioEscola, que disponibiliza gratuitamente oficinas e programas continuados sobre o ambiente e a ciência a todas as escolas desde o pré-escolar ao secundário, no desafio BioEscola 360.º que visa incentivar as escolas a poupar água, electricidade e gás e a acelerar as taxas de separação de resíduos, através da devolução das poupanças efectuadas. Com esta iniciativa e o esforço de todas as escolas, no ano lectivo passado o município entregou 25 mil euros às escolas”, avançou, sublinhando que as escolas do concelho participam já em formações gratuitas específicas para professores, educadores e funcionários, no Fundo Lousada Sustentável, que atribui bolsas de estudo a estudantes que desejem desenvolver projectos de sustentabilidade ambiental ou social e na disponibilização total dos meios dos projectos Plantar Lousada, Lousada Guarda-Rios, Lousada Charcos, Gigantes Verdes, Lousada Jardins, Casa Ninho, e tantos outros, a todos os professores interessados.

“Estas são apenas algumas das oportunidades disponíveis para a comunidade escolar. No ano de 2020, a grande novidade ocorrerá ao nível do combate ao plástico de uso único. Com apoio das Águas Douro e Paiva será iniciado um projecto pioneiro que em breve será apresentado publicamente”, confessou.

Manuel Nunes que é também vice-presidente da Câmara de Lousada revelou, também, que o envolvimento da comunidade local é não só desejado como determinante para as acções que vão ser implementadas no âmbito do Ano Municipal da Acção Climática.

“Como tem sido sempre feito, a comunidade está desde já convidada a envolver-se em todas as acções programadas e, mais do que isso, instamos a que cada cidadão seja um embaixador da acção climática e adopte comportamentos individuais que permitam reduzir a sua pegada ecológica. Haverá inúmeras oportunidades de envolvimento e participação, das mais diversas formas. Tal como nos anos anteriores, também a juventude terá oportunidades de fazer voluntariado científico e aprender com especialistas; o concelho é de momento um laboratório com porta aberta onde só não entra quem não quiser”, asseverou, manifestando estar convicto do forte envolvimento da comunidade e da população nas actividades que estão agendadas para este ano.

Fotografia: Câmara de Lousada

“Até hoje, a comunidade lousadense nunca desiludiu. O Plantar Lousada já conta com mais de 5000 voluntários, o projecto Lousada Guarda-Rios, mais recente, conta já com 700. São números que nos encorajam a fazer mais e melhor e será um orgulho se conseguirmos mobilizar mais gente para a acção climática. Da nossa percepção, cremos que é um processo ainda em curso, mas com resultados já muito positivos. A comunidade de Lousada, de uma forma geral, está mais consciente e crítica, o que incita todos os envolvidos a uma maior responsabilidade e comprometimento. E é assim que deve ser, com todos repartindo direitos e deveres”, defendeu.

“Irão iniciar-se as acções materiais para a criação do Complexo Molinológico de Pias e teremos a abertura ao público do Centro de Interpretação do Vale do Mezio. Serão publicadas novas obras de sensibilização ambiental, enquadradas no Plano Municipal de Leitura e nas várias faixas etárias. Em 2020 sairá também um novo volume da Revista Lucanus, que ainda se mantém a única publicação científica a ser editada por uma autarquia, em Portugal”

Ao nível da educação e sensibilização ambiental, o vereador recordou que a autarquia irá manter o programa de comunicação de ciência, através, por exemplo, da programação da Casa das Videiras e do programa BioLousada.

“Irão iniciar-se as acções materiais para a criação do Complexo Molinológico de Pias e teremos a abertura ao público do Centro de Interpretação do Vale do Mezio. Serão publicadas novas obras de sensibilização ambiental, enquadradas no Plano Municipal de Leitura e nas várias faixas etárias. Em 2020 sairá também um novo volume da Revista Lucanus, que ainda se mantém a única publicação científica a ser editada por uma autarquia, em Portugal. Continuará também o programa cultural de mãos dados com o ambiental, através da oferta, por exemplo, de teatro infantil virado para a temática ambiental ou concertos ao ar livre, em espaços verdes”, anuiu.

O autarca especificou, também, que as acções e actividades que vão decorrer ao longo do ano prevêem a participação dos agentes económicos do concelho.

“As empresas têm convite aberto em permanência para a colaboração ambiental, seja esta reflectida em termos de consultoria e apoio técnico para a redução e/ou compensação da sua pegada ambiental, seja em acções de voluntariado, team building, etc.A campanha Plantar Lousada no Natal conta já com a participação de todas as grandes superfícies e de dezenas de agentes do mercado tradicional, portanto iremos continuar esta colaboração e, no que depender do executivo, aprofundá-la. O projecto Lousada Jardins fez o inventário da flora e valores arquitectónicos das Casas e Quintas Senhoriais do concelho, com quem parcerias de proximidade. Desta colaboração sairá este ano o Guia dos Jardins das Casas Senhoriais, bem como a respectiva rota de visitação e valorização turística. Com as quintas de maior relevância ecológica serão também estabelecidos protocolos de colaboração no âmbito da rede municipal de micro-reservas para a conservação da natureza”, confirmou.

O vice-presidente da autarquia referiu, também, que estão no âmbito das  acções culturais, os agentes desta área vão ser chamados a darem o seu contributo.

“À semelhança do que sucede com as empresas e escolas, os agentes culturais são continuadamente chamados a participar, por exemplo os grupos de teatro, os ranchos folclóricos, a Rota do Românico, o Conservatório do Vale do Sousa e demais expressões da arte e cultura estão já a colaborar connosco nas mais diversas iniciativas, como por exemplo nas celebrações do Dia Municipal da Biodiversidade e no BioFest, para além da adopção de troços de rio, participação em acções de plantação e contributos no processo participativo para a criação da Paisagem Protegida do Sousa Superior”, retorquiu, reiterando que como os demais grupos mencionados, uma grande parte das colectividades são já parceiras nos vários projectos em curso,  sendo  objectivo da autarquia continuar a envolvê-las, bem como todas as instituições que manifestem esse interesse.

“Toda a nossa intervenção ambiental está devidamente fundamentada com o saber científico, sendo o nosso corpo técnico formado por especialistas em diversas áreas, e contamos ainda com a colaboração da Universidade de Aveiro, da Universidade do Porto, da Universidade de Lisboa e, no âmbito da educação, também com a Fundação Calouste Gulbenkian. No âmbito dos resíduos estamos a colaborar com os agentes-chave como a Lipor, Ambisousa, os municípios vizinhos de Paredes e Paços de Ferreira, a Universidade de Aveiro e a própria Agência Portuguesa para o Ambiente. A Ambiente e a Natureza têm esse carácter unificador, onde todos cabem, com responsabilidade na sua defesa e com direitos no seu usufruto. A autarquia tem o papel de mobilizar e orientar a participação cívica neste grande exercício colectivo de cidadania participativa que estamos a tentar empreender, em prol da sustentabilidade”, concluiu.