Vários deputados com assento na Assembleia Municipal suscitaram, esta quinta-feira, esclarecimentos ao executivo sobre o que consideraram ser uma fiscalização “abusiva” por parte da empresa concessionária responsável pelas fiscalização nas ruas do concelho.

Pelo grupo municipal do PSD Valongo, Maria da Trindade Vale, assumiu que esta questão evidencia bem a incoerência característica do actual executivo municipal.

“Os parquímetros evidenciam bem a incoerência característica do actual Presidente da Câmara, que quando estava na oposição falava na necessidade de reverter a concessão, mas que agora se apressou a  usar o seu poder para produzir alterações nos termos do contrato de concessão de estacionamento estabelecido pelos anteriores executivos do PSD. O resultado está à vista, para satisfação do presidente da câmara, que cumpriu a sua vontade e da empresa concessionária, a qual actua com grande liberdade e impunidade, mas em prejuízo dos cidadãos”, disse.

A deputada municipal do PSD recordou que as alterações introduzidas conduziram a resultados “inaceitáveis”.

“O número de lugares de estacionamento concessionados aumentou e a fiscalização do estacionamento passou do município para a empresa concessionária, conduzindo aos abusos que se verificam diariamente nas cidades de Ermesinde e de Valongo”, expressou, recordando que a concessão de estacionamento no concelho de Valongo existe há mais de dez anos e nunca o PSD permitiu que esses abusos ocorressem, enquanto poder.

“ Não compactuamos com estas estratégias políticas e utilizaremos a nossa voz e a nossa posição nos órgãos autárquicos para combater e contrariar estas e todas as demais decisões que o partido socialista e o Presidente José Manuel Ribeiro pretendam concretizar, sempre que coloquem em causa os superiores interesses do concelho de Valongo, das famílias e das pessoas”, frisou.

Também o deputado do Bloco de Esquerda, Fernando Monteiro, criticou este comportamento por parte da concessionária e recordou que há condutores que estão a ser penalizados com esta situação e sugeriu ao executivo municipal que tome medidas firmes que podem, expressou, passar pela quebra de contrato.

O presidente da Câmara de Valongo, José Manuel Ribeiro, recordou que o seu executivo herdou esta situação e que a câmara corre o risco de ter de pagar cinco milhões de euros.

“A empresa de parquímetros avançou com uma acção em tribunal que pode redundar no pagamento da câmara municipal de cinco milhões de euros. É importante dizer tudo à população. Neste momento, não tenho sequer relação com a empresa. Herdei esse problema. Se formos condenados a pagar milhões de euros, a câmara municipal vai entrar numa situação muito complexa”, frisou, salientando que o executivo está fazer o que pode e está solidário com a comunidade-

“Para rasgar contratos temos de o fazer com muita de inteligência e cuidado. É fácil falar. Estou solidário, é uma situação que me incomoda porque quis resolver um problema que havia aqui com as multas dos 30 euros. Não contava com este comportamento da parte da empresa. Eu fui traído porque o negócio destes senhores é mesmo a multa. Não fui eu que trouxe estes senhores para Valongo. Fui eu como deputado, que no passado, meti esses senhores em tribunal e fiz uma denúncia ao Ministério Público”, sustentou.