Foto: Fernanda Pinto/Verdadeiro Olhar

Joaquim Lindoro, eleito pela Coligação Penafiel Quer (PSD/CDS-PP), acusou, na última Assembleia Municipal, o Governo de ignorar o Hospital Padre Américo, criticando a geringonça de adiar projectos fundamentais para esta unidade hospitalar, como o da ampliação da urgência, a ampliação da consulta externa, a ampliação de camas e o projecto de eficiência energética, com um valor de cinco milhões de euros.

“A verdade é que a barreira governamental tem sido insuperável. De facto a governação socialista, a governação da geringonça que se diz defensora de um Serviço Nacional de Saúde activo é uma governação que ignora o Hospital de Penafiel nos seus projectos, no projecto de ampliação da urgência de ampliação da consulta externa, de ampliação de camas no projecto de eficiência energética que é um projecto de cinco milhões de euros. A governação socialista viabiliza projectos deste género em Vila real, no Hospital Garcia da Horta e por que é que não em Penafiel? Isto não é discriminação? É com certeza, mas cada um tirará as suas ilações”, disse, assumindo que o Hospital Padre Américo é uma unidade hospitalar que tem quase 20 anos, sendo óbvia a sua degradação e a urgência em se fazerem obras.

Joaquim Lindoro, na sua exposição, admitiu que o hospital nos últimos tempos tem sido alvo dos media pelas piores razões. “A verdade é que o Hospital Padre Américo vê o seu prestígio a afundar-se. Realmente tem as interfaces mais críticas com a população, com a comunidade que serve, ou seja, a urgência, as consultas externas têm essa interfaces de facto muito depauperadas. É verdade que o Conselho de Administração faz o que pode, tem recorrido a iniciativas que são pioneiras como a recente hospitalização domiciliária para resolver o problema das camas nos corredores, outra vertente em que o hospital não está bem, mas o cobertor é curto”, assumiu, sustentando, por outro lado, que o Hospital de Penafiel é o maior hospital de proximidade do país, tem mais de meio milhão de habitantes, tem áreas de excelência, uma clínica do pé diabético, serviços bem equipados como a unidade coronária, várias unidades de cuidados intensivos, um serviço de neurologia que tem três lasers, tendo admitido recentemente 84 médicos internos para formação, tem uma diferenciação em enfermagem importante, organiza cursos e jornadas.

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“É um hospital com muitos pontos positivos e tem gente da mais laboriosa do país, com hábitos de trabalho e por isso é que tem estado nos melhores rankings  no que respeita a custo e eficiência”, acrescentou, verificando que o o hospital tem sido fonte frequente de más notícias. seja por infecções por bactérias multirresistentes, por ter processos contra médicos, urgências sobrelotadas, macas dos bombeiros a servir de camas.

“E deixem-me dizer que a ideologia da esquerda falha. Os privados na saúde são extremamente importantes. Os privados na saúde  são um elemento dinâmico do sistema”

Joaquim Lindoro assumiu, também, ser fundamental que as forças políticas actuantes do concelho de Penafiel exijam ao Governo que este estado de coisas mude.

“É verdade que em Penafiel há alternativas de medicina privada de boa qualidade, se calhar as melhores de todos os concelhos da área do Vale do Tâmega e Sousa, mas é evidente que o recurso as estas alternativas não é para todos. E deixem-me dizer que a ideologia da esquerda falha. Os privados na saúde são extremamente importantes. Os privados na saúde são um elemento dinâmico do sistema. Os privados são o recurso do SNS. O SNS de saúde, também, interessa aos privados porque o SNS é cliente dos privados. O SNS é a área de formação dos bons profissionais que depois interessam aos privados. A complementaridade dos sistemas é essencial, mas é verdade que o SNS ao contrário do que se passa com o sistema privado, está a cair por força de uma governação que se tem esquecido da sua matriz ideológica, o que é calamitoso, lamentável”, asseverou.

Sousa Pinto, do PS, recordou que o orçamento do hospital passou de 60 para 100 milhões de euros, tendo a actual administração realizado obras na urgência.

“O SNS é um tema que interessa a todos e em politica há diferentes visões sobre a matéria e tem de perceber que se calhar um dia destes vai ser confrontado com a exclusividade da sua função em relação ao SNS e se calhar isso vai incomoda-lo a si e a muito boa gente. Muito do que aí se fala tem a ver com uma luta de interesses entre privado e público”, atestou.

Já o presidente da Câmara de Penafiel, Antonino de Sousa, reconheceu que a saúde é um tema que preocupa a todos.

“Se há área que preocupa qualquer cidadão é a área da saúde e quando vemos notícias que nos dão nota que as urgências estão entupidas, que as macas se acumulam, que os bombeiros têm de ficar horas cá fora à espera que sejam disponibilizadas porque o hospital não tem onde colocar os doentes, vemos surgir nos órgãos de comunicação que o Padre Américo tem uma lista de espera para cardiologia de três anos ou mais, são situações que nossa preocupam e para as quais todos temos de dar o nosso contributo para que as coisas possam efectivamente ser melhoradas e Lisboa tenha conhecimento das mesmas”, expressou, isentando o Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa de quaisquer responsabilidades.

“Tenho a certeza que o Conselho de Administração gostava de ter os médico-especialistas em número suficientes, as condições físicas para poder acolher os doentes em condições, mas os recurso não têm sido suficientes, os meios não têm chegado pelo que vamos ouvindo”, defendeu.