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O concelho de Paços de Ferreira tem um défice de oferta de habitação social a custos reduzidos, alega o candidato do PSD à Câmara Municipal, Alexandre Costa, que diz não compreender a política do executivo socialista. Nos últimos anos não houve construção de qualquer habitação social e a que existe está a precisar de obras urgentes, argumenta numa comunicação via redes sociais. O tema já tinha sido abordado pelo partido na última Assembleia Municipal.

Contactado o vereador da Habitação diz que o diagnóstico está feito e a Estratégia Local de Habitação do Município elaborada, contendo “medidas destinadas aos jovens dos 18 aos 35 anos, permitindo-lhes arrendar casa própria a preços controlados e mais acessíveis, face aos preços praticados no mercado imobiliário”. Júlio Morais promete que, em breve, serão apresentadas as propostas do executivo para o arrendamento e a aquisição de habitação a preços controlados. E deixa também críticas. “Percebe-se que o PSD e o seu candidato à Câmara queiram esconder o que durante décadas fizeram com a habitação social no concelho. Criaram guetos e abandonaram os arrendatários à sua própria sorte! Mas, mais absurdo, foi terem vendido habitações sociais. Ora se eram sociais, tinham de estar ao dispor de quem delas necessitava! Mas quem não sabe o que é uma habitação social e para que serve uma habitação social, permite-se dizer tudo o que vem à cabeça e o seu contrário! Sem critério, e sem saber o que diz!”, argumenta o socialista.

“Esta desorientação estratégica do executivo PS leva à estagnação e bloqueia o desenvolvimento do concelho”

Para Alexandre Costa, é de estranhar “o silêncio de quem governa a Câmara Municipal há oito anos, não conseguindo fazer de Paços de Ferreira um concelho com preços imobiliários também atractivos para se viver”.

“Esta desorientação estratégica do executivo PS leva à estagnação e bloqueia o desenvolvimento do concelho, em especial pelo afastamento dos jovens deste bem fundamental, afastando esta faixa etária do nosso concelho”, acredita o social-democrata que actualmente é presidente da Junta de Paços de Ferreira.

O candidato à Câmara, acusa ainda o executivo socialista de “visitar e apresentar com toda a pompa e circunstância os investimentos imobiliários de privados como se obras do município se tratassem”, sem olhar para a habitação social.

“Durante a governação PSD na Câmara Municipal de Paços de Ferreira, foram construídas mais de 220 habitações sociais. O executivo PS em oito anos de governação construiu zero. Por aqui se vê a completa ausência de sensibilidade social deste executivo PS”, aponta Alexandre Costa, que defende que há muito trabalho a fazer. “As habitações sociais espalhadas pelo concelho necessitam de obras urgentes de requalificação, mas este executivo simplesmente tem ignorado. Desde as acessibilidades, eficiência energética, as humidades visíveis nas paredes que são um claro atentado à saúde das pessoas que moram naquelas habitações sociais e os seus moradores merecem um tratamento digno”, defende o candidato, que lembra que já na última Assembleia Municipal, o deputado do PSD, José Manuel Soares, denunciou a falta de investimento na habitação social e que a ausência de uma Estratégia Local de Habitação poderá inibir o acesso a fundos do Plano de Recuperação e Resiliência.

Paços de Ferreira tem 224 fogos de habitação social que acolhem 800 pessoas

Ao Verdadeiro Olhar, o vereador da Habitação da Câmara de Paços de Ferreira, Júlio Morais, informa que a Estratégia Local de Habitação do Município de está elaborada e já foi aprovada pelo Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU). Será discutido na próxima Assembleia Municipal.

“Este documento resulta de um diagnóstico de habitação social que foi feito no concelho, tendo sido ouvidos, um a um, todos os presidentes de junta de freguesia. Foi feita uma pesquisa de dados estatísticos e documentação sobre as necessidades habitacionais do município e sua caracterização, bem como um levantamento dos pedidos de habitação já realizados, além de ter sido feito um questionário aos moradores, de forma a tentar perceber as suas necessidades”, refere o autarca na resposta enviada.

A Estratégia Local contém, segundo o vereador da Habitação, “medidas destinadas aos jovens dos 18 aos 35 anos, permitindo-lhes arrendar casa própria a preços controlados e mais acessíveis, face aos preços praticados no mercado imobiliário”.

Já o actual parque habitacional social do município de Paços de Ferreira, revela, é constituído por um total de 224 fogos, distribuídos por sete empreendimentos sociais com diferentes características tipologias, disseminados pelas freguesias do concelho. “Estes fogos de habitação social acolhem, de momento, um total de 800 pessoas, que representam 220 famílias/agregados familiares. É obvio que este é um número reduzido, facto que resulta de diversos factores sociais, designadamente, porque, a procura de casa tem sido maior que a oferta no mercado de arrendamento, realidade que obviamente faz disparar os preços, além da crise económica, resultante da pandemia, que afecta sobretudo as pessoas com menores rendimentos”, justifica ainda Júlio Morais.

Parte depois para ataques ao PSD, que, frisa, “criou guetos” e abandonou os arrendatários, tendo mesmo “vendido habitação social”.

“Na hora certa, o eleitorado saberá escolher entre quem se limita a lengalenga e frases-feitas, sem qualquer pensamento substancial e programático, e quem efectivamente pensa, projecta, executa e paga! Em breve, muito em breve, em articulação e alinhados com as políticas do Governo da República do Partido Socialista, este executivo apresentará as suas propostas para o arrendamento e a aquisição de habitação a preços controlados! Tudo a seu tempo!”, conclui o autarca.