Foto: Fernanda Pinto/Verdadeiro Olhar

A correspondência normal que devia ser entregue em três dias úteis “demora sete” e o correio registado que devia demorar um dia, chega “quatro dias depois”. A denúncia é feita pelo Sindicato Independente dos Correio, Telecomunicações, Transportes e Expresso de Portugal (SICTTEXPT) que alerta para o facto de na região “existirem atrasos brutais” nas entregas, mas quando os carteiros começarem a gozar o seu período de férias, o que vai acontecer a partir do próximo dia 1 de Maio, “a situação vai piorar muito mais”.

Para evitar que esta situação se arraste, causando ainda mais prejuízos às populações, o SICTTEXPT e a CIM – Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa, vão enviar uma missiva ao Governo, à Anacom, a autoridade reguladora em Portugal das comunicações postais e das comunicações eletrónicas e à própria empresa para alertarem, denunciarem a situação e exigirem uma solução, avançou ao Verdadeiro Olhar, o presidente do sindicato.

Samuel Vieira alerta que este cenário é transversal a vários municípios a nível nacional. Aqui, e neste caso concreto, o sindicato tem conhecimento que não está previsto “qualquer reforço de pessoal” para os próximos meses”, quando a maior parte dos carteiros entram de férias na próxima semana.

Ora, daqui se conclui que a empresa CTT “não está a cumprir o contacto de concessão que previa a manutenção dos padrões de qualidade no serviço, o que não se verifica”, alertou.

Recorde-se que, em Fevereiro, entrou em vigor o novo contrato de concessão do sector postal, que vai vigorar durante sete anos, e que foi celebrado entre o Estado e a empresa CTT – Correio de Portugal. O documento prevê a manutenção dos padrões de serviço, ou seja, do prazo de entregas da correspondência, o que “não está a ser cumprido”, disse ainda o presidente do SICTTEXPT que tem sede em Paredes.

Samuel Vieira culpa “o novo modelo de distribuição” das cartas que a empresa implementou e que tem apenas como objectivo “a redução dos postos de trabalho”. Para além de prejudicar as populações, “afecta, como é evidente, os próprios trabalhadores da empresa”.

Ainda esta semana, o SICTTEXPT e a CIM, que envolve, entre outros, os municípios de Penafiel, Lousada e Paços de Ferreira, vão enviar a missiva ao Governo, à Anacom e à própria empresa. Samuel Vieira frisa que toda esta situação tem que ser invertida, porque a empresa CTT tem que “normalizar as entregas” e “manter os padrões de qualidade”.