Foto: Ana Regina Ramos/Verdadeiro Olhar

A Associação de Empresas de Paredes criou recentemente um novo “Sistema de Incentivos às Empresas” do concelho, através da qualificação das Pequenas e Médias Empresas (PME).

Este projecto pretende qualificar as empresas “em domínios imateriais da competitividade, de modo a promover o reforço das suas capacidades de organização e gestão”, fomentando a utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), segundo explicou Eduardo Gonçalves, especialista em gestão de projectos da C2G – parceira da ASEP. “O nosso papel é levar também a bom porto este projecto porque sentimos que ele pode, de facto, dentro do que representa, ser uma mais-valia, fundamentalmente para as PME aqui do concelho”, acrescentou.

O objectivo final é, por isso, “o aumento das vendas, a redução de custos e a iniciação ou reforço de uma estratégia de crescimento sustentado a longo prazo”, acrescentou João Paulo Canle, especialista em consultoria de gestão da C2G. “Não pretende ensinar a fazer o trabalho das empresas ou mudar paradigmas, mas sim implementar melhorias”, continua, referindo que o apoio depois é adaptado “às necessidades específicas de cada uma”.

A iniciativa destinada ao comércio e indústria é apoiada por fundos comunitários, através do programa Compete 2020, e tem a duração de 23 meses, oferecendo um incentivo de 50% a fundo perdido às PME.

As empresas terão disponíveis uma espécie de um “menu” com vários itens que correspondem a melhorias qualitativas que têm um valor máximo elegível, como é o caso de: Diagnósticos organizacionais, estudos de benchmarking, criação ou reformulação do website, marketing digital, registo de marca, entre outros.

Assim que as empresas manifestem o seu interesse junto da ASEP, terão de preencher um acordo de adesão, em que são definidas as acções implementadas, e apresentar uma série de documentos obrigatórios – sendo que o essencial como pré-requisitos se resume a que estejam legalizadas, com a situação regularizada nas Finanças e Segurança Social, que a situação líquida seja positiva, que não sejam sócios noutra empresa com problemas financeiros e que não tenham salários em atraso.

A ASEP está a pensar atribuir este projecto a no máximo 15 empresas, segundo o estudo que foi anteriormente feito com vários empresários do concelho, antes de avançar. No entanto, acreditam que nenhuma delas irá querer usufruir de todos os itens, por isso, referem que haverá sempre espaço para as que necessitarem. “Fizemos um mix de empresas de vários tamanhos e com várias formas de estar para colhermos opiniões. Fomos também buscar outras empresas que já eram maiores, mas que podiam transmitir a experiência que tiveram e essas já não vão participar porque já têm o problema resolvido”, explicou Alberto Pereira Leite, presidente da ASEP.

As candidaturas para este programa já estão abertas e podem ser feitas junto da ASEP, que vai depois a cada empresa ajudar a avaliar se vale a pena e a escolher os itens mais vantajosos em cada caso, numa espécie de “consultoria individualizada”.

Foto: Ana Regina Ramos/Verdadeiro Olhar

De seguida, a ASEP vai visitar outras freguesias de Paredes – que ainda não foram divulgadas – com o objectivo de dar a conhecer este projecto. Depois de ser organizada toda a documentação necessária para justificar os apoios às empresas durante estes meses de Verão e de serem visitadas aquelas que manifestarem interesse, a meta é arrancar em Setembro.

“É um trabalho que a gente faz sempre com esta vontade de que sejamos úteis aos empresários, porque assim estamos, de certeza, a ser úteis ao concelho”, sublinhou o dirigente. “Eram temas importantes para ajudar as empresas a gastar menos tempo, porque se vêem aflitas no dia-a-dia, mas sempre na ideia de ser uma decisão sua e que possa de alguma forma valorizar o trabalho eficaz que estão a fazer, mas torná-lo ainda mais eficiente, se for possível, e, no final, mais rentável; isto com a qualidade que exigimos aos parceiros que temos para trabalhar nisso”, rematou.

A apresentação da iniciativa foi feita na quarta-feira na Junta de Freguesia de Rebordosa, uma vez que esta zona “tem um tecido empresarial muito significativo no concelho e, por isso, fazia todo o sentido que começasse por aqui, já que pretende dar conhecimento à maioria dos empresários”, apontou Salomé Santos, presidente da junta.

Foto: Ana Regina Ramos/Verdadeiro Olhar

Elias Barros, vereador das Actividades Económicas da Câmara Municipal de Paredes, sugeriu à ASEP para apostar na divulgação, uma vez que considera que “a falta de conhecimento é o principal factor de não se fazerem mais e melhores projectos”. “Principalmente para aquelas pequenas empresas que não têm acesso e que não têm conhecimento, por vezes, de muitas bases e de muitas situações isto é o melhor exemplo para que realmente se possam projectar e, no fundo, evoluir”, indicou, aconselhando que este tipo de programas “é de aproveitar”.

Sublinhou também a importância da componente comercial e digital das empresas, que deve estar “muito avançada”. E neste aspecto, referiu ainda que, num “futuro próximo” vai, “possivelmente, criar” uma empresa “completamente inovadora e dentro destas bases” que foram referidas.