Foi aprovada, em Assembleia Municipal, a adjudicação de dois empréstimos de médio e longo prazo até um valor global de 14,4 milhões de euros.

Um, até 10,5 milhões de euros, destina-se ao financiamento da construção da Casa da Democracia Local, o outro, de 3,9 milhões de euros, a várias obras previstas no concelho.

O empréstimo de maior montante, destinado ao edifício da nova Câmara de Valongo, foi aprovado com 21 votos a favor, do PS, CDS e presidentes de junta, oito votos contra do PSD e do Bloco de Esquerda e duas abstenções da CDU.

Em declaração de voto, o PSD explicou que está de acordo com a construção do edifício, mas não com a metodologia usada pelo PS e o facto de não ter envolvido os partidos da oposição no projecto e também porque falta transparência. Além disso, criticaram, o projecto avança no “pior timing possível”, num momento de pandemia e em que o futuro é incerto. “Os recursos do município seriam melhor usados num plano de recuperação social e económica do concelho”, defendeu Daniel Felgueiras. O voto contra foi também justificado pelo endividamento que a obra exige. “Se a câmara estivesse assim tão sólida não precisaria de se endividar tão fortemente nem de chutar para a frente o pagamento de investimentos, comprometendo o município por 20 anos. Além disso, este investimento devia ser menos dispendioso”, acrescentou o eleito do PSD.

Já o Bloco de Esquerda reconheceu a necessidade de um novo edifício que melhore a eficiência do serviço autárquico para os trabalhadores e população em geral e a criação de uma nova centralidade em Valongo. “Não negamos a importância da construção da Casa da Democracia, mas duvidamos da opção de avançar neste momento”, afirmou Fernando Monteiro, sustentando que a crise que se antevê devia levar a uma maior ponderação e o processo ser adiado, pelo menos, um ano.

O segundo empréstimo, de 3,9 milhões de euros, que será usado para a realização de várias obras, como a construção do parque de estacionamento do cemitério de Valongo, o Parque do Leça, em Alfena, o circuito pedonal do Rio Ferreira, a piscina na Quinta do Passal e o Mercado de Ermesinde, assim como investimentos em várias ruas, foi aprovado apenas com a abstenção do Bloco de Esquerda, que defendeu a necessidade de investimento em outras áreas, como habitação e mobilidade. O PSD votou a favor por se tratar de obras ambicionadas há muito pelos valonguenses que o PS tinha “metido na gaveta”.